No filme “Ponto de Mutação”, dirigido por Bernt Capra, surge de um debate entre uma física e um político, um questionamento à Ciência Moderna. A física, contrapondo-se à visão imediatista do político, acredita que, por a ciência priorizar a racionalidade e o mecanicismo da sua análise sobre o mundo em geral, refletindo aspectos dos pensamentos cartesiano e baconiano, não é um instrumento tão válido pois analisa o objeto apenas sobre um aspecto, deixando muitos outros, que também o influenciam, ignorados. O método por ela julgado ideal seria o denominado holístico, o qual realiza as interconexões entre os múltiplos aspectos que interferem no elemento de estudo.
Uma das principais ideias que é combatida por tal método, nascida do pensamento baconiano, referia-se ao uso ilimitado da natureza, a qual, segundo o autor, deveria ser escravizada em benefício da ciência. Atualmente, a crítica é ainda reforçada devido aos problemas referentes ao meio ambiente, como o aquecimento global, que provam a invalidade de tal pensamento, já que a exploração desenfreada da natureza que antes era observada está causando efeitos muito negativos à humanidade. Com esse problema em vista, começou a crescer na sociedade o pensamento da sustentabilidade, que consiste em conciliar o avanço da tecnologia com a preservação do meio ambiente. Assim, vê-se que não é possível avaliar a natureza, por exemplo, apenas sob a égide dos benefícios que sua exploração pode trazer, mas também das consequências naturais e sociais que ela acarreta.
Mas o método holístico também se aplica às ciências humanas, como o Direito, tornando-o muito mais eficiente na função de concretizar a justiça, uma vez que prega uma visão que vai além do imediato, interpretando assim todas as condições sociais ao analisar a ocorrência de um crime, por exemplo. Desse modo, o Direito desliga-se do imediatismo e da visão única apresentada pelas leis, e passa a analisar a sociedade por um aspecto verdadeiramente humano.
Em suma, é esse o ponto de mutação referido no filme, uma maneira que reforma o fazer científico, pregando que o homem deve racionalizar, mas sem expurgar as emoções, que representa assim a mudança no paradigma da ciência objetiva, antes considerada como ideal.
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