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segunda-feira, 26 de março de 2012

Bacon e a união de dois caminhos.



Político, ensaísta e filósofo francês do século XVI. Este foi Francis Bacon. Além de ocupar cargos políticos de nível alto em sua época, Bacon também ocupava um grande destaque na filosofia, sendo considerado o fundador da Ciência Moderna. 
Sua obra “Novum Organum” sintetiza, de modo filosófico, um novo método para o estudo dos fenômenos naturais, baseado no empirismo e na metodologia científica. Este seria oposto ao Organum aristotélico: não era suficiente apenas a utilização do raciocínio silogístico para delimitar os fatos, mas a união entre este e a experimentação (“nem a mão nua nem o entendimento abandonado a si mesmo podem muito“). Afinal, nossos sentidos são, por vezes, afetados por impressões pessoais, chamadas de “antecipações de mundo” pelo autor, já arraigadas no nosso ser. A única maneira de impedir esta influência seria comprovar o fato, sendo isto possível apenas através da ciência.
 Outro ponto importante de sua obra encontra-se na apresentação dos ídolos, aqueles que, apesar de sua possível autenticidade, contribuiriam para as falsas percepções de mundo. São citadas quatro categorias: ídolos da tribo, da caverna, do foro (estes os mais nocivos) e do teatro. É possível estabelecer um elo com a sociedade atual: existem, até os dias de hoje, pessoas que se utilizam de ferramentas para dominar, intelectualmente, parte de uma população, contaminando-a com falsas impressões e conceitos. Aqueles que empregam a influência de suas associações, tanto pessoais como profissionais, para fazê-lo seriam os “ídolos do foro”. Políticos, comerciantes, enquadrar-se-iam nesta categoria.
Por fim, Bacon admite uma lacuna entre a idealização da mente humana e a chamada “intenção divina”. Seria essencial uma ciência conveniente para representar as reais vontades do Criador. Notamos, nesse aspecto, a não rejeição da figura religiosa, mas sim sua interpretação através de bases concretas e científicas.
A nova ferramenta criada por Bacon, portanto, seria a base para a experimentação científica dos últimos tempos. Não nos contentamos mais apenas com uma opinião, um sentido, mas necessitamos de sua comprovação. Bacon adiantou, em séculos, a atual dinâmica da ciência, que uniu lógica e experiência em um só caminho, com o objetivo de clarear os fenômenos naturais e facilitar, assim, a vida humana.

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