Mas permanecer imutável. É possível essa afirmação dentro de um sistema tão dinâmico como o nosso? Globalização, comércio internacional, informações a todo momento de países próximos ou distantes, tecnologias das mais diversas áreas do conhecimento, tudo contribui para o ser humano não constituir uma sociedade estática, imobilizada no espaço e no tempo. E é justamente sobre esse princípio que se mostra obsoleta os princípios cartesianos. Como analisar os problemas, fragmentando-os, quando, na atualidade, geram-se cada vez mais teias de interdependência entre nós, entre os Estados, entre as sociedades? Os empecilhos constituem-se cada vez mais de questões não somente relacionadas ao interior, mas também ao exterior, às relações construídas com o mundo.
Muitas vezes recorre-se à solução direta do problema, como um analgésico, para aliviar a dor de maneira eficaz. No entanto, de que adianta curar especificamente algo, quando se sabe que voltará a ocorrer? Mesmo existindo um remédio, a causa do problema não será tratado, gerando um ciclo vicioso de recaída e prejuízos por esforços inúteis. Buscamos sempre novos tratamentos com efeitos mais rápidos e duradouros, mas essa busca, na maioria das vezes, também resulta em desequilíbrio quando posto na balança, pendendo para o lado dos prejuízos novamente.
Mais fácil que tentar criar novas tecnologias para aumentar o conforto humano, por qual motivo não alterar comportamentos que facilitem o seu alcance? Tirar esse pó que recai sobre nossos ombros dos antepassados obsoletos e modificar algumas práticas, amigas da inércia e do conformismo, para superar essa crise de percepção e avançar de modo a deixar um legado digno e um meio ambiente para as futuras gerações.
Leonardo Eiji Kawamoto - 1º Direito/Matutino
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