O filme
"Ponto de Mutação" tem sua trama em torno de um diálogo principal.
Uma cientista frustrada por descobrir que seu trabalho estava a ser usado na
manutenção da guerra, um político frustrado por se ver incapacitado e
silenciado em meio a seus acessores e a mídia, sem a devida liberdade de
expressão e um poeta, em meio a sua crise de meia idade dissertam acerca da
conjuntura na qual os seres humanos estão inseridos e da forma de entendimento
dessa.
Cria-se
então um interessante debate: é válido o desmembramento dos objetos de estudo
(tais como a organização social e o meio ambiente) para que se tenha um
entendimento específico das partes que o compõe e uma posterior noção do todo?
Não seria melhor tentar entender todas as relações, isto é, iniciar a busca pelo
conhecimento diretamente pelo objeto de estudo?
Ao meu
ver, o filme contrapõe as noções de mundo como um todo e do todo do mundo. A
partir do pensamento cartesiano, configura-se a tentativa de tentar entender o
todo do mundo, ou seja, de explicar todas as partes que o formam para que -
posteriormente - se entenda o mecanismo completo. Essa busca, no entanto,
parece inútil, uma vez que há uma infinidade de partes a serem compreendidas.
Dessa
forma, tentar entender todos os diferentes componentes específicos do objeto em
questão seria uma forma de suprir o ego humano, que não aceitaria admitir a
existência de aspectos incompreensíveis dentro de algo compreensível a ele.
Assim, a noção de mundo como um todo, ou seja, entender a totalidade e as relações com as mais diversas
áreas do conhecimento para que se tenha compreensão do objeto amplo a ser
estudado, é deixada de lado. Em consequência disso, a ciência torna-se ineficaz
devido a sua forma, que não prioriza o essencial, mas sim o completo (gastando tempo com o estudo do desnecessário).
Victor Bernardo C. Dantas - 1º ano - Direito Diurno
Victor Bernardo C. Dantas - 1º ano - Direito Diurno
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