Total de visualizações de página (desde out/2009)

domingo, 21 de agosto de 2011

EMBATE DE IDEIAS

Acredito que o embate de ideias, a discussão em si é um meio saudável para que as pessoas consigam expor seu ponto de vista de forma mais clara, e sem a necessidade de tentar se sobressair pela força bruta. A discussão gerada em cima de algum tema polêmico pode gerar conflitos e violência entre os integrantes do debate, mas com essa “resposta” não conseguimos alcançar nenhum objetivo, não conseguimos alcançar nada de positivo para a causa de ambos os lados.

É somente com o debate, e o embate, e com as ideias sendo confrontadas que se consegue alcançar um menor grau de intolerância ou até total aceitação de grupos marginalizados. Em alguns casos esses grupos reivindicam por direitos que na visão deles são direitos fundamentais que não estão sendo respeitados. Um exemplo bem claro desse tipo de discussão que envolve a intolerância de grupos é o caso do embate entre, principalmente, grupos ligados à religião e o grupo dos homossexuais.

Acredito que nessa discussão o foco dela não é a questão de aceitação ou não dos homossexuais, já que os religiosos acreditam em dogmas, que são preceitos imutáveis, e afinal cada um acredita no que quiser. Nesse ponto o problema está como se exterioriza essa opinião.

A discussão teria como melhor foco, nesse caso, na tentativa de diminuir a intolerância. Seria chegar a conclusão através de saudáveis discussões que “ceder” direitos aos homossexuais não tiraria em nenhum momento direitos dos heterossexuais, e principalmente dos religiosos extremistas. A vida deles dentro de seus templos, dentro de suas cabeças fechadas continuariam as mesmas, sem alteração ou alguma forma de perjúrio à eles. Dessa forma poderia ocorrer a liberalidade de certos atos que são tão comuns para heterossexuais e que poderiam ser cedidos aos homossexuais, como o casamento. Seria uma atitude tão simples que não mudaria a vida de ninguém a não ser a dos próprios homossexuais, que provavelmente se sentiriam mais felizes e se sentiriam menos como cidadãos de segunda classe.

A intolerância nesse caso, e em outros casos, acredito eu que não passa de bobagem, preconceito e enraizamento à ideia de que simplesmente “não era assim”, algo totalmente desnecessário e pequeno, pois pessoas com esse tipo de pensamento deixam de aproveitar oportunidades únicas, deixam de conhecer pessoas maravilhosas, simplesmente porque tais pessoas são “indignas”, ou “não são como a maioria”. Acho muito interessante as pessoas ainda hoje no século XXI ficarem com vergonha de falar sobre sexo, algo que COM CERTEZA sempre aconteceu, ou simplesmente possuem receio de dizer a palavra sexo. Existe certa intolerância hoje, exatamente no sentido inverso que Durkheim imaginava que é a intolerância contra o corpo, contra a ideia de sexualidade, de forma geral a intolerância contra coisas que a Igreja, que as religiões ainda hoje são muito conservadoras.

Além desse tipo de intolerância temos outras intolerâncias que possuem reflexos diretos sobre o direito, como o já citado casamento homossexual, mas há outros casos, por exemplo, como antigamente era com o racismo, e que hoje foi possível se “liberalizar” a ideia de ser negro e não ser também, como os homossexuais hoje, cidadãos de segunda classe, por causa principalmente da criminalização do racismo que forçou ainda mais a mudança de hábito das pessoas.

Seguindo uma ordem bem simples de ato-consequência pode-se dizer que quando há intolerância se deve usar do embate intelectual para se chegar à uma melhor condição para os grupos minoritários e dessa forma lutar pela liberalização do ato que está sendo reprimido, sem nenhum motivo realmente plausível pelos grupos majoritários.

Nenhum comentário:

Postar um comentário