O capitalismo é um sistema econômico que para se sustentar deve incitar o consumo. Para que o “dinheiro continue a rodar” praticamente tudo é válido. Desde usar o dinheiro de contribuintes para salvar empresas gigantes privadas em momentos de desestabilização da economia mundial, ou mesmo deixar de pagar trabalhadores, que são os mais fracos financeiramente dessa corrente, portanto, nesse sistema, são os mais fracos politicamente quando comparados individualmente com pessoas mais abastadas.
Por causa principalmente desses fatores pode-se dizer que o capitalismo não respeita as culturas e costumes e nem as pessoas que o constitui, as pessoas e os Estados que não o aceite e o receba de “portas abertas”, ou que não seja atrelado à ele. Nos lugares que esse sistema não tenha se fixado de forma bastante sólida ainda, o capitalismo chega com grandes propagandas, experts em marketing, tudo para mostrar e aparentar que tais produtos são de extrema importância, ele pretende mostrar que algumas necessidades materiais são reais, que são de fato necessárias, mas elas não são. Esse seria o primeiro passo do capitalismo; seria mudar a percepção das pessoas sobre o que deveria ser tido como básico e necessário. A partir do momento que essa ideia já foi “vendida”, o capitalismo passa a querer vincular a satisfação ao comprar algo com uma elevada felicidade, sensação de plenitude, para então estimular de forma mais clara e puramente o consumo exagerado, independente do produto e da finalidade.
Dessa forma percebemos que o desenvolvimento do capitalismo no mundo, fazendo suas ligações diretas com quase todos os Estados, se globalizando para adquirir novos mercados e novas mercadorias esbarram diretamente com a tradição dos lugares e na percepção das necessidades reais do ser humano. Nas regiões onde o capitalismo não é aceito, o sistema cria empecilhos para que esses lugares sejam marginalizados. E são nessas ocasiões que conseguimos ver ainda mais claro o embate cultural, porque conseguimos analisar dessas situações que de fato nem tudo que nos é ofertado pelo capitalismo é necessário. Pessoas ao redor do mundo conseguem viver sem um “Ipod”, ou sem uma “Coca-Cola” e são felizes.
Hoje é comum pessoas dizerem que seria impossível ficar 24h sem olhar algum tipo de rede social, mas isso não é uma necessidade real, isso é apenas uma ilusão. A cultura de ligarmos pra alguém e marcar de sair apenas para conversar, o ato de “jogar papo fora” passou agora a ser chamado de “comentário”, e as pessoas se prendem à isso. Não conseguem se desvencilhar desses novos costumes.
Apesar dessas ideias comuns ao capitalismo, hoje surge um novo tipo de pensamento que cresce bastante que seria exatamente o inverso ao consumismo desvairado, que é a preocupação pela sustentabilidade e a nova percepção de que a vida com o contato humano, as relações humanas, sociais, são mais importantes e mais gratificantes em vários sentidos do que a vida virtual, ou de uma vida escondida por futilidades. Espero que ao longo dos anos e da nossa necessidade, essa sim real: a de que precisamos mudar nossos conceitos, pois o planeta não aguentará por muito mais tempo nesse ritmo consumista e egoísta divulgado por muitos “materialistas”, consumistas de carteirinha e capitalistas extremistas.
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