Tema 1- O embate intolerância e liberdade.
Qual é a melhor das muitas definições existentes para o crime? E, se é que ele representa uma atitude que ofende um ou mais indivíduos de uma sociedade, até que ponto podemos considerar essa ofensa como verdadeira, ou digna de punição e quais critérios usados nesta posição?
Estas questões latentes são decorrentes do embate entre a intolerância e a liberdade, o qual se sucede de distintas formas a depender da sociedade. A intolerância se dá justamente porque vivemos em sociedade e cada um de nós deve respeitar o que se chama de “consciência coletiva”, para que possamos viver com segurança, a garantia de que não se fará mal gratuitamente um ao outro, e de que que a ordem na sociedade não será ameaçada; é nesse ponto que o desrespeito à consciência coletiva tem sua razão em ser punido.
A liberdade , no entanto, pode ser ferida neste contexto, pois até que ponto pode-se considerar a consciência coletiva tão moralmente sólida ou legitima e dotada de razão para que determine sanções contra os indivíduos, sendo que estes gozam de direitos naturais por exemplo.
Nas sociedades primitivas, observa-se que ela é muito mais forte e presente e normalmente está ligada a Deuses, e questões metafísicas, e na maioria das vezes não providas de muita racionalidade tal como a conhecemos;Sendo que um individuo que não obedeça ou aga de acordo é muitas vezes severamente punido e com o consentimento da grande maioria do povo. Não precisamos, porém, ir muito longe para identifica-la: os linchamentos, as questões mais polêmicas como o aborto, o homossexualismo estão intrinsecamente ligadas a ela, pois despertam , principalmente nos setores mais conservadores da sociedade, uma reação quase involuntária e passional de se defender a ordem, a moral e assim sendo quando esses setores são maioria em uma sociedade observamos a criminalização de atitudes ligadas a essas questões.
Dessa forma, ainda hoje, observamos empasses, verdadeiros embates na sociedade orientados por pensamentos que aparentemente já foram superados, mas na verdade não foram. Sim, a consciência coletiva a mesma que ao que tudo indica condenou Jesus Cristo a morte e em várias sociedades contemporâneas continua a condenar determinados grupo de indivíduos é a mesma que atrasa a racionalização da sociedade tal como Durkeim previa para nós, suas gerações futuras.
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