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domingo, 22 de maio de 2022

A sociedade e a educação durkheimianas

A sociedade e a educação durkheimianas


 No final do século XIX, sob influência de ideais de Auguste Comte, o francês Émile Durkheim desenvolveu sua análise sociológica com base na prevalência da sociedade sobre o individual. Assim, Durkheim utiliza dos fatos sociais como objeto de estudo, e os encara como os modos de ação que são suscetíveis de coagir externamente o indivíduo. Porém, ao contrário de Comte, a visão durkheimiana não recorre para uma noção metafísica ao priorizar o progresso sobre as outras coisas, ou seja, ela foca nas sociedades particulares para o estudo do fato social, o qual independe do sujeito e tem como essência as ações do indivíduo de acordo com as normas sociais.

Dessa maneira, como, para Durkheim, a sociedade condiciona o comportamento individual, a resistência a ela é rebatida com uma resposta punitiva que almeja a permanência do equilíbrio social e, assim, evita a anomia, que é o dano às regras que perpetuam a coesão social. Assim, as normas sociais são impostas não só pela oficialidade do direito, mas também pela impossibilidade dos indivíduos escaparem delas, o que fica mais evidente com a resistência à elas.

Nesse sentido, a educação é responsável pela construção do ser social, uma vez que lhe introduz regras sociais que, aos poucos, são submissivamente admitidas e incorporadas pelo indivíduo, tornando-se naturais para ele. Dessa forma, impõe-se posicionamentos e condutas que não são espontâneas. Como exemplo, tem-se o posicionamento da extrema direita brasileira em defesa da "Escola sem Partido", em que os conteúdos escolares deveriam ser ensinados sem quaisquer influências políticas, assim, busca evitar que os alunos desenvolvam um senso crítico acerca dos assuntos aprendidos. Essa perspectiva revela a tentativa de uma construção de seres sociais sem noção crítica da história e política que, portanto, seriam menos prováveis de resistir às normas sociais. Além disso, com a censura de certas visões políticas, fica mais evidente a reafirmação da sociedade por representar os interesses de setores de grande influência no Brasil, a extrema direita e os conservadores, que mesmo sendo influências políticas, não o são consideradas no "Escola sem Partido" por não resistirem à norma social, e sim fazerem parte dela.

Portanto, em concordância com a ótica durkheimiana, é possível reconhecer que atualmente ainda perdura a sobreposição e a interferência da sociedade no plano individual, que é totalmente sujeito às determinações e considerações sociais. Assim, reconhece-se socialmente as funcionalidades de variadas instituições, que buscam reafirmar a posição de destaque das normas sociais, como no caso da Educação e, mais especificamente, da "Escola sem Partido".

Luiza Polo Rosario - 1º ano matutino

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