Vivemos
em um país em que há o princípio da isonomia, presente no artigo 5 da Constituição
Federal, em que prega a igualdade
perante a lei dos indivíduos, sem distinção de qualquer natureza, e, nesse
mesmo país a cada 25 horas uma pessoa homossexual é assassinada.
Vivemos
em um país que no dia 14 de maio de 2013 o CNJ publicou a Resolução 175, que
passa a garantir o direito de se casar no civil aos casais homoafetivos e nesse
mesmo país 1.000 jovens gays cometem suicídio por ano em razão da homofobia.
Vivemos em um
país que conquistou a aprovação da Lei 10.948, DE 05 DE NOVEMBRO DE 2001, que “Dispõe sobre as
penalidades a serem aplicadas à prática de discriminação em razão de orientação
sexual e dá outras providências.” e nesse mesmo país 37% dos brasileiros não
aceitariam um filho homossexual.
Honneth
analisa os conflitos sociais sob uma perspectiva não abordada por autores
anteriores, contemplando o aspecto psicológico individual que leva os
indivíduos a reinvindicação e a uma resposta social. O autor discorre sobre 3
dimensões do reconhecimento, isto é, da atitude positiva que consente a
auto-realização, sendo elas o amor, o direito e a solidariedade. Vivemos em um
país atravessado de contradições e decadência como visto nos parágrafos
anteriores, nos quais certos direitos foram seletivamente tardios para uns e
que mesmo com tais direitos a intolerância e o preconceito continuam incrustados
nas terras brasileiras (não só nelas). O retrocesso indigestível que trouxe
ideias como a da “cura gay” e o polêmico estatuto da família de 2016 pode ser
relacionados com pensamentos de Axel Honneth, nos quais a solidariedade e a
empatia se destacam, pois, além de serem meios para uma convivência social harmoniosa,
defendem as diferenças pessoais e a atenção da esfera pública para essa
diversidade, de modo a entender que são apenas diferenças existentes na sociedade
plural em que vivemos e NÃO tipos de crimes, transgressões, pecados, ou violações.
Maria Eduarda Ferrari Leonel - 1 Ano - Direito - Noturno
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