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domingo, 29 de outubro de 2017

O Efêmero Ativismo Jurídico 

O protagonismo do poder judiciário no Brasil é evidente. A visibilidade pública de julgamentos que interferem diretamente na vida do cidadão, tal como a questão das cotas, anulação da nomeação de ministros no governo Dilma, e a condenação de um ex-presidente enaltece o fato de uma atuação jurídica mais transparente e próxima do cidadão. Se por um lado as pessoas têm uma quantidade maior de informações acerca daquilo que se passa no cenário político, por outro temos que refletir acerca desse ativismo judicial. Será que os juristas que são tidos pelo povo como heróis, assim como foi Joaquim Barbosa e atualmente está sendo o juiz Sérgio Moro, merecem de fato esse título? E os demais poderes? Por que não têm uma participação tão assídua como o poder judiciário? Devemos temer esse protagonismo dos juízes do STF?

Esse protagonismo exercido atualmente pelos juízes é reflexo do imobilismo dos demais poderes. Nos últimos anos estivemos inseridos em um joguete político o qual teve como principal intuito a aquisição do poder. Um jogo de trocar seis por meia dúzia, o qual deixou o cidadão exilado em uma crise econômica, institucional e política. Enquanto uns brincam de House of Card, seriado americano que demonstra bem manobras maquiavélicas de se chegar ao poder, o povo continua sofrendo, principalmente quando falamos de economia. Diante desse cenário lamentável e na falta de alguém para depositarmos nossa confiança, encontramos na atuação do poder judiciário uma esperança.

A austeridade nos julgamentos da Lava Jato, por exemplo, trouxeram para o povo uma efêmera esperança de que a justiça chega até os poderosos. Efêmera porque vemos que apesar das inúmeras condenações, muitos bandidos acabam se safando devido aos inúmeros recursos jurídicos e financeiros que possuem. Casos como o de Vaccari Neto que foi absolvido em segunda instância mesmo após a comprovação dos atos ilícitos que estava envolvido, demonstra que condenações são para os que não têm dinheiro nem influência.

Sendo assim, temos que decisões que parecem contribuir para o bom funcionamento do país acabam sofrendo distorções e a ideia de justiça sendo jogada pelo ralo. O ativismo jurídico de pessoas como Sergio Moro e Joaquim Barbosa são passageiros, e o país acaba voltando para o mar de corrupção e desordem, que são inerentes à história brasileira.



 Wagner Galdino dos Santos 1º ano Direito Noturno

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