Weber afirmava que a sociedade vem sofrendo um constante
processo de racionalização, principalmente no campo das relações humanas. No
passado, eram comuns os pactos de sangue, sem falar nos tratos firmados
oralmente, depositando toda a confiança na palavra do outrem. Confiança essa
que tornava possível apenas os relacionamentos entre indivíduos de um mesmo clã
ou tribo. Isso também facilitava a coerção sobre o cumprimento desses pactos.
Tal pressão era exercida por “meios mágicos”, ou seja, um lado do trato cumpria
suas obrigações para não ser, por exemplo, perseguido espiritualmente ou não
ser amaldiçoado, prática muito comum antigamente.
Com o processo de
racionalização, as relações entre os indivíduos se modificaram substancialmente.
Primeiro, pelo fato delas extravasarem os limites desses grupos sociais,
podendo, agora, se estabelecerem com qualquer parte do mundo. A mudança também
abrange a própria forma do contrato, que passa a ser mais frio e técnico,
principalmente pelo fato de, agora, ser regido pela burocracia. Essa abraçou
como função a própria organização do contrato, garantindo também o seu
cumprimento. Enfim, esse sistema altamente burocrático e mecanizado garantia a
manutenção dessas relações humanas e também a não contaminação dos negócios com
qualquer carga valorativa. Esse processo de extrema racionalização, não dando
valor ao transcendental, seria denominado pelo autor como o “desencantamento do
mundo”.
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