Talvez a teoria mais famosa de Marx seja a que enuncia a clássica luta de classes: movimento constante de exploração e mudança da ordem vigente que serve de força motriz para o desenvolvimento da sociedade, mais notadamente observado entre burguesia e proletariado. Uma das grandes questões levantadas pelo autor, contudo, é a da tradição da burguesia sempre revolucionar seu meio, mudando completamente as configurações dos meios de produção e da sociedade em si.
Esse progresso se percebe desde o fim da idade média, com a manufatura tomando cada vez mais espaço no quadro econômico europeu, com as cidades começando a se erigir. Mais tarde toma a forma de máquinas a vapor, eletricidade, e assim tem progredido até a sociedade contemporânea. Alterando os meios de produção, altera as relações de produção, e consequentemente toa a configuração da sociedade. sociedade esta que passa a exercer uma força centrípeta, sugando para seu sistema toda e qualquer cultura que dela ainda não faça parte, e erradicando aquelas que resistem.
Encontra-se aí a grande força da burguesia e a grande certeza do sistema capitalista: a constante mudança. Cada vez mais rapidamente as tecnologias mais recentes se tornam obsoletas. Cada vez mais rápido as revoluções tecnológicas ocorrem , criando uma necessidade fetichista na população pelo modelo mais recente de um produto que ela já possuía.
A grande questão é que não são apenas os produtos que mudam conforme a vontade da burguesia, mas as mudanças econômicas que acabam gerando afetam a sociedade como um todo, gerando mudanças de paradigmas que tornam necessária uma readaptação. E, muitas vezes, as mudanças se mostram tão drásticas e súbitas que levam à desestabilização da ordem vigente.
Desestabilização esta proveniente de novas buscas por matérias primas, novas demandas de mercado, novas formas de contrato e de atividades econômicas, atividades estas que o Direito se vê na obrigação de acompanhar e regrar.
Embora, portanto, esse infindável ciclo de revoluções e mudanças acabe por nos agraciar com tecnologias fabulosas em velocidade espantosa, se mostra também desmedida, desregrada e desorganizada, levantando a questão de até que ponto um crescimento tão rápido e desenfreado é de fato benéfico para nossa sociedade e nossa raça.
Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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