O filósofo francês Auguste Comte, o qual formulou a doutrina do Positivismo, primazia a sociologia como sendo uma ciência exata, a chamada ''Física Social''. Nesse sentido, assim como as ciências físicas, matemáticas, biológicas e químicas, o objeto de estudo seria a sociedade, uma vez que esta passava socialmente por momentos de ebulição. Isso se deve a eventos de caráter revolucionário, por exemplo a chamada Primavera dos Povos, pois os cidadãos lutavam por melhores condições de vida e queriam o fim do Regime Absolutista vigente na época.
Contudo, os estudos sociológicos possuem um forte caráter humano, o que o leva a ser analisado de maneira menos pragmática. Dessa forma, a escritora Grada Kilomba aborda em sua obra ''Memórias da Plantação: episódios de Racismo Cotidiano'' um pensamento divergente ao do Conte, tendo em vista a subjetividade a fim de trazer em pauta contextos sociais, culturais e históricos, os quais não se limitam a análise exata. Com isso, essa questão pode ser exemplificada com com a política de cotas raciais, já que para o positivismo não dever ocorrer para haver uma ''igualdade''. Todavia, a Sociologia irá entender e estudar a história das pessoas escravizadas, bem como o contexto as quais elas foram inseridas no período de colonização, e como essa política serve para a reparação histórica dos descentes afro-brasileiros.
Assim, mesmo sendo uma ciência que surgiu em um período de grande racionalidade, a interpretação sociológica, juntamente com análise social, baseia-se nas humanidades, ou seja, de maneira social, mas ainda sim analisando e estudando a realidade de maneira científica. A partir disso, é possível entender o passado positivista, devido ao contexto de Comte, bem como o percurso até concretizar-se o presente social da sociologia, o qual visa entender cada vez mais os diversos povos e nações, além de melhorar a sociedade de forma que haja mais equidade e cidadania por meio de seus estudos.
Anna Luiza Marino Dourado Direito Matutino RA 241222427
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