A produção do conhecimento humano, mesmo
que de forma indutiva, sem a racionalização das suas próprias percepções, é
eivada pela superstição e crença pessoal ao passo que a ciência é sujeita a
aceitação da verdade tornando o senso
observado um saber comum. Forma de ciência, essa, obsoleta, contraposta pelo
método do filósofo Bacon que por meio da acatalepsi, que seria a contínua
interrogação da natureza, promove a ciência moderna, que é racional, observada
e experimentada.
Uma vez que vivemos no regime político
democrático, a ciência moderna é importante para nós porque a democracia
confere eleger autoridades políticas pela vontade da maioria, mas que governará
sobre todos pela representação indireta dos seus próprios eleitores, ao passo
que a vontade privada de um campo ideológico eleito domina as políticas púbicas que governam toda a
sociedade.
Diante do exposto, é necessário cultivar
na sociedade o valor de que é mais importante as boas propostas que combatem
problemas reais, enxergados empiricamente, e não para combater espantalhos ou somente
vencer argumentos. Dessa forma, destrói-se uma sociedade pedante que busca
ostentar saberes que não possuem, pois não alcançam o ápice do questionamento e
verificação: “[...] que estejam preocupados, não com a vitória sobre os adversários
por meio de argumentos, mas na vitória sobre a natureza, pela ação; não em
emitir opiniões elegantes e prováveis, mas em conhecer a verdade de forma clara
e manifesta[...]” BACON,
Francis. Novum Organum, ou, verdadeiras indicações acerca da interpretação da
natureza (1620). Livro I. São Paulo: Abril Cultural, 1984 (Os Pensadores)
Em suma, para Bacon, ao acessar o
conhecimento, a mente humana precisar estar inata, sem ídolos que comprometem
seu entendimento. Portanto, o método racional permite pensar no social
cientificamente ao passo que a busca pela verdade precede o notar da realidade
existente e, onde há compromisso com a verdade, as vontades públicas valerão
mais que as privadas.
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