“Tudo aquilo de que os homens comuns têm consciência direta e tudo o que tentam fazer está limitado pelas órbitas privadas em que vivem. Sua visão, sua capacidade, estão limitados pelo cenário próximo: o emprego, a família, os vizinhos; em outros ambientes movimentam-se como estranhos, e permanecem espectadores”.
Tal fala de Wright Mills mostra que o indivíduo preza pelo ideais que o
cercam, ou seja, pela sua própria realidade. Isso é perfeitamente
observável no contexto da polarização política que atingiu o país na última
eleição, visto que os chamados “bolsonaristas” deixavam de lado a realidade de
mais de 30% da população, que enfrenta situações de pobreza, para se auto
beneficiarem.
O ex chefe de estado do PL mostrou seu desinteresse pelas minorias e/ou
populações frágeis diversas vezes com falas como: "Seria incapaz de
amar um filho homossexual. Não vou dar uma de hipócrita aqui: prefiro que um
filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí. Para mim
ele vai ter morrido mesmo" (em uma entrevista com a revista Playboy em
junho de 2011)”. Porém, independente dessa situação, 49% do Brasil escolheu tal
candidato. Isso reforça a fala de Mills sobre o prevalecimento da
individualidade nas decisões do cidadão e esclarece o egoísmo da burguesia
liberal, eleitores de Jair Bolsonaro.
Além de falas homofóbicas e racistas, suas politicas públicas claramente
não tinham como objetivo possibilitar a população carente acesso a direitos e
recursos, mas, novamente, foi algo ignorado pela classe média/alta, já que em
suas vidas isso nada faria efeito.
A bolha criada pela classe média/alta, como os condomínios fechados, os
impossibilita de enxergar a dura realidade que uma alta parcela da sociedade
enfrenta e, por isso, assim como prevê Wright Mills, as pessoas de se veem como
indivíduos isolados, separados das influências sociais e históricas que moldam
suas e as outras vidas.
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