O poder tem diversos nuances, diversos modos de se impor, podendo-se citar a força física, a coerção normativa, a violência simbólica... Já o poder simbólico, aspecto amplamente desenvolvido pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu, refere-se a formas sutis, chegando, muitas vezes, a passarem desapercebidas, de coerção e padronização social.
Quando, por exemplo, espera-se uma certa homogeneidade visual para os funcionários de uma empresa, podando-se cabelos longos e soltos, barbas, brincos, anéis e similares, restringe-se, simbolicamente, a liberdade dos indivíduos, ainda que isso passe quase que despercebido pela sociedade em geral.
De outro modo, a utilização de determinados adereços em momentos de lazer também pode reforçar o poder simbólico exercido por determinados grupos na sociedade. Ao se desejar em demasiado um dado relógio, calçado, camiseta, isso pode refletir, também, a necessidade que certos indivíduos têm de se integrarem a um grupo e, para tal, precisam de itens que foram, em certa medida, impostos por grandes empresas e corporações mediante campanhas de marketing e similares.
Nesse sentido, ter ciência da existência do poder simbólico, de sua quase imperceptível presença nas relações sociais, demonstra-se algo de fundamental importância para a tomada de decisões mais precisas e, principalmente, mais conscientes, afinal, como propõe Bordieu, concordando ou não, o poder simbólico é uma realidade.
Wiliam de Oliveira Farias Junior |
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