Total de visualizações de página (desde out/2009)

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Madame Satã e ADO 26


                A homofobia e transfobia sempre foram adversidades encontradas na sociedade brasileira. Entende-se a gravidade do assunto quando é registrado a cada 16 horas uma morte por homofobia, de acordo com o Grupo Gay da Bahia (GGB). Dessa forma, fica claro como o combate contra esses tipos de prática deve ocorrer sistematicamente e por parte de vários órgãos da sociedade, desde atos de manifestação popular, até decisões mais complexas, como a criminalização da homofobia pelo STF.  É essencial apontar, também, que inúmeras pessoas são e foram protagonistas desses confrontos pela maior aceitação e respeito de todos, como a Madame Satã no século XX e o Coletivo Casixtranha na atualidade.
Compreende-se que a figura polêmica da Madame Satã pode ser considerada um símbolo nacional da luta contra os preconceitos e discriminações, principalmente raciais e sexuais. João Francisco dos Santos, ou popularmente conhecido como “Madame Satã”, foi um homem negro, pobre e homossexual da região da Lapa, Rio de Janeiro, que realizava apresentações, travestido com roupas femininas, de dança nos cabarés. Além do mais, é importante destacar que ele foi uma pessoa muito corajosa e controvérsia, já que foi encarcerado diversas vezes, principalmente por desacato a autoridade, entretanto, ele não possuía medo de se assumir e de enfrentar os prejulgamentos arreigados na sociedade. Nota-se, a partir disso, que ele foi uma expressão da resistência e de oposição a homofobia e transfobia.
Outra forma de oposição aos atos discriminatórios foi a decisão tomada pela ADO 26. Segundo esse julgado, ficou prevista a criminalização da homofobia por se tratar de ações que vão contra a dignidade humana, ademais, ficou decido que atos atentatórios a direitos fundamentais da comunidade LGBT seriam enquadrados na Lei de Racismo e punidos de acordo. Na contemporaneidade, percebe-se que os tribunais vêm exercendo um papel de extrema importância na política nacional e internacional, sendo que ele é uma estrutura de defesa de direitos, assim, o STF reconheceu a omissão da Corte Nacional diante desse caso e aprovou a criminalização. Isso proporcionou diversas conquistas e avanços para essa coletividade, já que direitos foram consagrados.
Portanto, como afirmou o Coletivo Casixtranha, as pessoas LGBT sofrem diariamente com preconceitos e discriminações, podendo acarretar até violência física devido a sua orientação sexual ou identidade de gênero. Dessa forma, cada vez mais deve haver medidas que barrem essas ações violentas e desumanas. Assim, como diz a Constituição Federal de 1988, todos os cidadãos devem possuir dignidade, não podendo ser discriminados de qualquer forma.

Laura Santos Pereira de Castro (matutino)

Nenhum comentário:

Postar um comentário