Madame satã é um filme de 2002 que retrata a vida das pessoas
de 1932 com enfoque em João Francisco de Santos, pessoa pobre, sem estudo,negro
e homossexual. Quando o filme é passado podemos ver o quanto é difícil para
pessoas marginalizadas conseguirem sobreviver na sociedade sendo que necessitam
se utilizar de quaisquer métodos para se manterem vivos e dependem de ocasiões
não previstas na lei para que possam conseguir o dinheiro de cada dia.
O filme
mostra dois lados do protagonista um em que ele é alguém que cuida de seus
companheiros e se importa com eles e outro lado mais animalesco que resolve os problemas
na base da violência, onde quem está contra ele é um inimigo. Chegará a um
ponto do filme em que pela falta total de poder da lei para defendê-lo ele se
verá obrigado a tomar medidas drásticas para manter sua honra.
A
essencialidade do filme fica em mostrar o preconceito dado a quem é homossexual
e como ele transparece ainda mais quando se é travesti, demonstra como eles
eram barrados de lugares particulares e em vezes de lugares públicos, mostra
como a violência da polícia era algo recorrente e como muitas vezes o tratamento
dado em cadeia chega a ser melhor do que o dado fora dela. Mas o filme acima de
tudo demonstra como esse povo marginalizado ainda sonha com uma vida diferente
e mesmo que os objetivos deles pareçam pequenos para quem tem de tudo, para
eles são maiores que sua própria pessoa.
Dado
todos os pontos principais do filme fica evidente a necessidade de sua
apresentação no cine debate que ocorreu na semana de gênero da UNESP e como ele
ajuda também a entender a necessidade da ADO 26/DF.
A
ADO 26/DF de forma simples foi feita para adentrar a comunidade LGBT a mecanismos
de defesas dados até então a negros, religiões e entre outras minorias sócias das
quais a comunidade LGBT estava fora, no caso especifico encaixar a LGBTfobia
como crime de racismo. O filme madame satã é uma bibliografia e serve em muito
para levarmos a ADO 26/DF a debate. A homofobia não deixa de ser uma forma de
racismo, ou seja, exclusão baseada na diferenciação entre grupos. João
Francisco dos Santos era excluído, sofria agressões físicas e verbais e não possuía
leis para lhe proteger o que se assemelha a situação dos negros pós abolição da
escravatura e que permanece até hoje, as situações são as mesmas até por isso
que ambos devem estar englobados pelas mesmas leis. Há a necessidade de
proteger os grupos que estão sendo oprimidos, foi nesse principio da
constituição de 1988 que a lei contra racismo e a ADO/26 DF começaram a existir
e tomar força na sociedade.
E como Millôr Fernandes já havia dito “O Brasil tem um
enorme passado pela frente” ainda falta muito nas leis de defesa das minorias
oprimidas para que o Brasil encerre os casos de preconceito, ódio e racismo.
CARLOS EDUARDO T.N.FELIX MATUTINO 1º ANO
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