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quinta-feira, 3 de outubro de 2019

A sociedade de Satã


Madame satã é um filme de 2002 que retrata a vida das pessoas de 1932 com enfoque em João Francisco de Santos, pessoa pobre, sem estudo,negro e homossexual. Quando o filme é passado podemos ver o quanto é difícil para pessoas marginalizadas conseguirem sobreviver na sociedade sendo que necessitam se utilizar de quaisquer métodos para se manterem vivos e dependem de ocasiões não previstas na lei para que possam conseguir o dinheiro de cada dia.
            O filme mostra dois lados do protagonista um em que ele é alguém que cuida de seus companheiros e se importa com eles e outro lado mais animalesco que resolve os problemas na base da violência, onde quem está contra ele é um inimigo. Chegará a um ponto do filme em que pela falta total de poder da lei para defendê-lo ele se verá obrigado a tomar medidas drásticas para manter sua honra.
                        A essencialidade do filme fica em mostrar o preconceito dado a quem é homossexual e como ele transparece ainda mais quando se é travesti, demonstra como eles eram barrados de lugares particulares e em vezes de lugares públicos, mostra como a violência da polícia era algo recorrente e como muitas vezes o tratamento dado em cadeia chega a ser melhor do que o dado fora dela. Mas o filme acima de tudo demonstra como esse povo marginalizado ainda sonha com uma vida diferente e mesmo que os objetivos deles pareçam pequenos para quem tem de tudo, para eles são maiores que sua própria pessoa.
                        Dado todos os pontos principais do filme fica evidente a necessidade de sua apresentação no cine debate que ocorreu na semana de gênero da UNESP e como ele ajuda também a entender a necessidade da ADO 26/DF.
                        A ADO 26/DF de forma simples foi feita para adentrar a comunidade LGBT a mecanismos de defesas dados até então a negros, religiões e entre outras minorias sócias das quais a comunidade LGBT estava fora, no caso especifico encaixar a LGBTfobia como crime de racismo. O filme madame satã é uma bibliografia e serve em muito para levarmos a ADO 26/DF a debate. A homofobia não deixa de ser uma forma de racismo, ou seja, exclusão baseada na diferenciação entre grupos. João Francisco dos Santos era excluído, sofria agressões físicas e verbais e não possuía leis para lhe proteger o que se assemelha a situação dos negros pós abolição da escravatura e que permanece até hoje, as situações são as mesmas até por isso que ambos devem estar englobados pelas mesmas leis. Há a necessidade de proteger os grupos que estão sendo oprimidos, foi nesse principio da constituição de 1988 que a lei contra racismo e a ADO/26 DF começaram a existir e tomar força na sociedade.
E como Millôr Fernandes já havia dito “O Brasil tem um enorme passado pela frente” ainda falta muito nas leis de defesa das minorias oprimidas para que o Brasil encerre os casos de preconceito, ódio e racismo.

CARLOS EDUARDO T.N.FELIX MATUTINO 1º ANO

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