"Amor como princípio e ordem como base; progresso como objetivo". Com esta frase Auguste Comte deu vida ao lema da bandeira brasileira. Através do seu ideal positivista, que consiste na devoção à ciência como guia da vida em sociedade, defende que o positivismo deve ser compreendido como a "religião da humanidade". Tendo este exercido grande influência no Brasil entre os séculos XIX e XX com a proclamação da República, é de grande importância que todos os seus cidadãos conheçam as origens e os ideais desta escola filosófica, o que, de fato, não ocorre, pois o sistema educacional do país é deficiente.
As escolas públicas de Ensino fundamental e médio
no Brasil –sobretudo as localizadas na periferia– vivem uma série problemas encadeados e não
solucionados. Deparamo-nos cotidianamente com situações inaceitáveis, como o
tráfico de drogas, dento no ambiente escolar. Há um tamanho descaso com esses
indivíduos, que se sentem desamparados pelo Estado e à margem de seus direitos,
de modo que sequer julgam possível reivindicá-los.
Surgem, assim, “sub-estados”, que se formam nas
regiões mais pobres, liderados por criminosos que se responsabilizam por
atender as demandas das pessoas. A população vive em constante situação de
violência e ameaça, mas acredita que essa forma de organização seja mais
benéfica para si que uma organização legal, pois esta não se mostra
verdadeiramente ativa na rotina dessas pessoas como aquela.
Partindo desta premissa, defrontamo-nos com a
seguinte ironia: o positivismo comteniano influenciou o maior símbolo da nação
brasileira, que é a sua bandeira, num momento marcante de sua história no
início da República, com o lema “Ordem e Progresso”, mas o que vivenciamos
regularmente, devido aos imensos esquemas de corrupção e ao desinteresse por
parte do Estado, é uma situação de caos, a verdadeira desordem e retrocesso. Os
cidadãos já não se sentem representados por seus representantes, mantendo-se numa
usual insatisfação. Entretanto, a descrença e a exaustão fazem com que já não
vejam a possibilidade de uma mudança.
Gabriela Melo Araujo
1º Ano - Direito Noturno
Introdução à Sociologia
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