Total de visualizações de página (desde out/2009)

domingo, 31 de maio de 2015

A anomia social de Émile Durkheim

Émile Durkheim tem interesse em uma ciência cujo método seja tão rigoroso quanto das ciência já conhecidas; uma ciência que explique a sociedade e que não se interesse em mudar o mundo. A ciência preconizada por Durkheim se baseia no positivismo, no entanto, indo muito além dele, fazendo com que as ciências baseadas na sociologia se desenvolvam, como a antropologia, devido ao rigor de seu método. 
Para isso, o filósofo estabelece que toda ação individual no positivismo deve ser analisada através de um parâmetro que entenda o coletivo, tomando uma perspectiva ainda mais radical: a influência individual é mínima, estando ele imerso na sociedade. Bacon inspirou Durkheim na elaboração de seu método quando disse que existem "ídolos da mente" humana que exercem influência na nossa forma de ver o mundo, que nos remetem muito mais as paixões do a forma real do mundo, gerando pré-noções, preconceitos. 
Tentando evitar este problema, Durkheim propõe que devemos aprender o fato social como "coisa", sendo este um recurso metodológico, não uma desumanização, para estabelecer uma relação de distanciamento com o objeto de estudo, devido ao fato de o objeto observado ser da mesma natureza do observador: o ser humano. Cortar os vínculos entre o cientista e seu objeto de estudo era uma forma de tentar dirimir as críticas que a sociedade científica faz para a sociologia. 
Durkheim era taxado de conservador por seus críticos, ao afirmar que o passionalismo era, por muitas vezes, negativo. Por exemplo, no caso da ética jurídica, é necessário manter um distanciamento emocional dos casos a serem julgados para julgá-los de maneira coerente e correta, aplicando o método jurídico.
O filósofo faz uma crítica a filosofia metafísica e a análise ideológica, estabelecendo que é preciso observar as coisas e, a partir daí, construir as ideias. O conhecimento deve ser sólido, pois não adianta construir grandes ideias se elas estão desconectadas da realidade. Distanciar-se do fato social e entendê-lo como "coisa" é positivo, pois, devido a isso, não há um exercício de julgamento, o cientista se desprende de sua crítica racional, de seus preceitos religiosos, de sua cultura para que seja possível entender uma nova cultural. A busca utópica da ciência de Durkheim é alcançar a neutralidade. 
O fato social é definido como todo aquele que independe do indivíduo e tem como substrato o agir do homem em sociedade, de acordo com as regras sociais. Ele é externo, pois ao nascermos ele já existe; geral, pois independe dos indivíduos para existir; e coercitivo, pois tem o "poder" de exercer influência no modo de agir dos indivíduos em sociedade. 
A perda do referencial de regras leva à anomia. Um indivíduo com uma característica anômica não causa prejuízo à organização da sociedade, no entanto, vários indivíduos com características anômicas causam um desequilíbrio na organização social. 


Thais Amaral Fernandes
1 ano Direito Diurno. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário