Émile Durkheim foi um sociólogo que em
sua obra “As regras do método sociológico” abordava o estudo do fato social. Sua
primeira regra consistia em considerar os fatos sociais como coisas, como um
recurso metodológico. Além disso, defendia que deveríamos compreender os fatos
sociais em razão da coerção que exercem sobre os indivíduos.
Ele atribuía extrema importância à
pesquisa de campo, observando e conhecendo o fato social, para depois construir
as ideias. Sua maior utopia era acreditar que a boa ciência é aquela que
consegue atingir o maior grau de neutralidade, ou seja, defendia que o papel da
sociologia era explicar, e não julgar ou valorar os fatos.
Sendo assim, Durkeim define fato social
como sendo tudo aquilo que independe do indivíduo e tem como substrato o agir
do homem em sociedade, de acordo com regras sociais, ou seja, que possua coação
externa, a coação do conjunto sobre o indivíduo. Todo fato social tem uma
função que o liga a outro fato social, ele está sempre vinculado a relações
sociais mais amplas, há uma conexão entre os fenômenos. Além disso, é
importante destacar que as regras impostas pela sociedade são coercitivas,
impostas tanto pelo direito, quanto pela impossibilidade de ser fugir a elas.
O sociólogo também foca suas pesquisas
no estudo da anomia, que é causada pela disfuncionalidade e é caracterizada por
comprometer o equilíbrio da sociedade.
Para compreender melhor o que é fato
social e anomia para Durkheim, podemos trazer sua teoria para a atualidade, ao
analisarmos os policiais. Muitos policiais moram em favelas e em seu trabalho
precisam realizar operações em sua comunidade para buscar drogas, tráfico de
armas ou outras ilegalidades. Por conta disso, muitas vezes ficam “marcados”
pelos outros moradores e se sentem amedrontados, e assim coagidos a não andarem
fardados ou a protegerem suas famílias e suas casas. Na visão Durhheimiana,
essa situação seria um fato social, já que há uma coerção externa, do meio, da
coletividade sobre o indivíduo. O medo é causado por essa imposição dos outros
moradores sobre ele.
Ainda sobre os policiais, podemos falar
sobre a corrupção dentro da polícia: quando policiais abusam do poder, quando
cometem infrações e se safam por serem “autoridades”, quando apreendem drogas e
não realizam os procedimentos legais, e ao invés disso vendem ou consomem as
drogas, entre outras irregularidades. Podemos compreender a corrupção policial
como uma forma de anomia, já que compromete o equilíbrio de toda a sociedade, e
essas ocorrências são muito freqüentes, não são apenas casos individuais sem importância
e influencia significativa no meio social.
Amanda Barbieri
Estancioni
1º ano - Direito matutino
Introdução à sociologia - Aula 05
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