Estamos constantemente cercados por fatores coercitivos e a maioria deles estão tão perfeita e profundamente impregnados em nossas vidas que acabamos agindo de acordo com suas normas sem ao menos raciocinar o motivo. Durkheim, em seu livro "As Regras do Método Sociológico", nos conceitua o que é um fato social, que, para ele, são maneiras de pensar e agir que pensamos elaborar por nós mesmos, porém são exteriores a nós. Por esse motivo, o fato social é por excelência, um dos maiores fatores coercitivos que regulamentam nossa vida social.
Durkheim vai ainda mais além dessa conceituação, ele nos afirma que existem duas formas de fato social, o normal e o patológico. Para ele, a diferença entre eles é dada de acordo com que determinado fato se apresenta em sociedades consideradas no mesmo estado de evolução (teoria definida por Comte). Continuando seu raciocínio, Durkheim afirma que se um fato é comum em várias sociedades no mesmo estado, ele é normal, mas, se esse fato é algo que vai além e desestabiliza a ordem social, pode-se afirmar que ele é patológico.
Como exemplo de fatos sociais considerados normais em sociedades como a nossa, de acordo com a teoria durkheiminiana podemos citar as festas, comemorações sociais, ir à escola, se relacionar com os amigos e , infelizmente, alguns fatos negativos, como a corrupção e a ocorrência de alguns assassinatos e estupros, por exemplo. Isso nos mostra uma ideia de não valoração, pois Durkheim não criou esse sistema de classificação baseado em efeitos positivos ou negativos que eles causam na sociedade, o que explica o motivo de se considerar "normal" a ocorrência de alguns estupros e assassinatos em nossa sociedade. Devido a essa conceituação podemos considerar o fato social de Durkheim algo bastante polêmico e algumas vezes considerado como modelo ultrapassado.
Ao analisarmos os fatos considerados patológicos, devemos levar em consideração dois critérios: o da exclusividade e o da incidência. Por exemplo, se um crime se tornar muito comum em uma sociedade e desestabilizar sua ordem, como o número de assassinatos causados por policiais no Brasil, que vai além dos números que ocorrem países com a mesma forma de governo, costumes e economia. Mas uma questão interessante é: seria o terrorismo e o Estado Islâmico (EI) fatos sociais normais ou patológicos?
O terrorismo é uma prática que ficou relacionada ao movimento islâmico e sua sociedade. Todavia, essa prática ,que já causou milhões de vítimas, não foi utilizada apenas pelos muçulmanos. Se analisarmos o terrorismo do EI hoje, veremos que ele é patológico, pois desafia a ordem da própria sociedade que possui os membros que o pratica e como justificativa dessa afirmação, podemos citar as milícias cristãs, como a criada pelo Movimento Democrático Assírio, para combater os jihadistas. Portanto, ao analisarmos o terrorismo do EI com a teoria dukheiminiana, percebemos que ele é algo patológico, por partes da sociedade se levantarem contra ele, desestabilizando a ordem, mas se fizéssemos essa análise de acordo com o senso comum, muito provavelmente chegaríamos a conclusão que é normal essa prática na sociedade em que se está inserida por relacionarmos atos terroristas com essa sociedade.
Alexandre Roberto do Nascimento Júnior
1º Direito - diurno
Introdução à Sociologia - Aula 5
coco
ResponderExcluirO texto está muito bom, ajudou bastante, obrigada!
ResponderExcluirO texto é bom mais achei pretensioso.
ResponderExcluirTexto excelente!!!!
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ResponderExcluir“Cai o índice de violência após o fim da greve de policiais. Enfim, a situação volta à normalidade”. isso seria uma fato normal ou patológico?
ResponderExcluirO texto está ótimo .mim ajudou bastante ! Obrigado...
ResponderExcluirAcredito que seja um fato social patológico, por ser exclusivamente relacionado ao fato da greve de policiais ter um fim. Caracteriza-se fato social por ser exterior ao indivíduo, exercer certa coerção no índice de violência e é geral, pois obviamente, os policiais ao retomarem suas atividades contra o crime, a violência recua às suas estatísticas anteriores.
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