O estudo da obra de Émile Durkheim, da sua metologia científica funcionalista, redefinem o conceito de sociologia anteriormente apresentado por Comte. A busca pela análise dos fatos sociais como "coisas" e do seu reconhecimento em razão da coerção a qual exercem sobre os indivíduos demonstra a metodologia durkheimniana de estudo das coisas para sua transformação em ideias, racionalizando-as. Diferente da análise ideológica que prevalecia em sua época.
A definição de "fato social" proposta por Durkheim traz consigo todo o desenvolvimento de sua teoria, pois é sua base. O sociólogo demonstra como as atitudes do indivíduos são quase em sua totalidade consequências e influências diretas da coerção exercida pelos fatos sociais - que, em suma, independe do indivíduo e tem como essência o agir do homem em sociedade.
Essa constatação permite o entendimento mais profundo e próximo do real do conjunto social. Entretanto, faz-se necessária uma experiência bastante avançada no exercício do pensamento sociológico para obtenção da sagacidade de se constatar todos os fatos sociais que têm ou podem ter influência em determinado comportamento social sendo analisado. Havendo assim, apesar de não ser foco da sociologia, uma abertura para diversas reflexões ontológicas, do que é realmente o comportamento humano essencial, fora do convívio em sociedade, e em que pontos tal convívio é maléfico ou benéfico para a existência da humanidade.
Uma reflexão relevante que o funcionalismo durkheimniano possibilita é acerca da arte e todas as suas manifestações - um fenômeno presente desde os primórdios da existência humana e com abrangência a todos os povos e tipos de sociedades já constatados. Seria a arte - tanto a sua opressão quanto sua liberdade, tanto sua forte presença quanto sua quase ausência - a manifestação das consequências dos fatos sociais tanto no indivíduo quanto na coletividade?
Devido a particularidade de cada artista, que representa de sua própria maneira a sua intrínseca visão do mundo, ao mesmo tempo que tal visão pode ser coletivizada, constituindo assim os movimentos artísticos, pelas obras que demonstram de maneira bastante específica as realidades contemporâneas a si, ao mesmo tempo que podem mostrar-se atemporais.
Para mim, a resposta para tal questionamento parece trazer consigo mais perguntas do que conclusões, continuando assim o ciclo infinito da busca dos homens pelo auto-conhecimento.
Laís Machado Ribeiro - Direito Diurno
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