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sábado, 25 de maio de 2013

Entre Hegel e Engels

O sistema filosófico construído por Hegel visava compreender a realidade pautando-se no método dialético caracterizado pela seguinte tríade: tese (afirmação), antítese (negação) e síntese (negação da negação). Para o filósofo, o método utilizado por ele é adequado para a compreensão da realidade porque esta não é estática, mas dinâmica e, por isso, passa pelos três momentos citados.  Em sua concepção, a história seria a manifestação do espírito absoluto que parte da subjetividade, para a objetividade e, por fim, para um saber absoluto. Segundo a concepção hegeliana, a explicação do mundo não está a ordem dos fatos, mas nas ideias, ou seja, na razão. Partindo disto, a realidade se ligaria sempre ao que lhe é historicamente anterior, culminando num processo circular.
A esquerda hegeliana (como são chamados os críticos do sistema criado por Hegel, como Marx e Engels) critica o filósofo quanto ao seu idealismo, partindo da ideia de que a filosofia deveria partir da realidade concreta da história humana a partir das relações de produção desta. Assim, Marx mostra-se um teórico da sociedade capitalista moderna, e não da revolução, como muitas vezes é visto.
Apesar de acreditar que o idealismo de Hegel leva a conexões falsas e artificiais, Engels incorpora o método dialético daquele, porém, mudando seu foco: do idealismo para a realidade concreta da sociedade. Desta forma, Engels cria o materialismo, com a missão de desvendar as leis do desenvolvimento histórico.
A realidade vivida por Engels o empurrava para esta visão mais realista, pois a luta de classes evidenciada pela Revolução Industrial colocou nos holofotes as lutas sociais que estavam ocorrendo. O socialismo é, então, para Engels, um percurso incontornável da história e não como obra do gênio humano.
Vemos, portanto, que tanto a dialética de Hegel como o materialismo de Engels são conceitos aplicáveis à contemporaneidade, uma vez que a realidade é mesmo dinâmica e continua sendo pautada no modo de produção, pois este é o que rege grande parte das relações sociais.

Steffani de Souza - 1º ano Direito noturno

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