O
texto a seguir trata a respeito do pensamento Positivista, que possui como
fundador o francês Augusto Comte.
Pegue um relógio antigo em funcionamento,
e abra-o. Ao fazê-lo observe com atenção aos mínimos detalhes, nas menores
engrenagens com seus múltiplos dentes, que as unem umas às outras em um
movimento perfeitamente sincronizado. Agora, imagine que repentinamente, um único
dente da menor engrenagem simplesmente se solte, mudando a forma e a
complexidade da mesma. O relógio continuaria a funcionar da mesma forma?
Evidentemente não.
Tente transferir este mesmo pensamento a respeito do maquinário do relógio,
para um universo muito mais complexo: pense em uma sociedade que funcionasse
dessa forma. Mesmo o menor grupo de indivíduos que se desvirtuasse de sua função
poderia comprometer toda a estrutura, prejudicando aqueles que seguem fiel a
sua função. Dessa forma, seria dever do
Estado, de acordo com a teoria positivista, “concertar” suas engrenagens para
que voltassem ao estado ideal.
Entretanto, o grande dilema seria: qual o seu estado ideal? Será mesmo
que o chefe de Estado tem o direito, ou melhor, a capacidade de estabelecer
qual o ideal para toda uma sociedade? Provavelmente não.
Temos que levar em consideração que uma mudança inesperada, que fuja do
controle de um “governante”, que seria a peça mestra do nosso “relógio social”
nem sempre é algo negativo. Muitas das mudanças históricas surgiram de situações
em que o governo se opunha totalmente, porém não conseguiu reprimir. Portanto é
muito complicado estabelecer que um grupo, ou mesmo uma pessoa se encontra
prejudicando o sistema, quando na
realidade ela pode estar revolucionando a forma de agir, o quê, ao contrário do
que era imaginado pode ser a manutenção, o elemento que promove a continuidade.
Até porque, remetendo novamente ao nosso paralelo, mesmo os mais perfeitos e
complexos maquinários, se não sofrerem manutenções, eventualmente deixarão de
funcionar.
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