Augusto Comte ao
explicitar sua obra “Curso de Filosofia Positiva” procura mostrar que não
possui pretensões de que aquela seja uma opinião definitiva, pelo menos não
naquele momento, e sim uma forma de conceber as generalidades. Fica evidente ao
lermos Comte que ele teve como precursores René Descartes e Francis Bacon
exatamente pelo teor de sua obra que sempre busca utilidade para o conhecimento
obtido.
Sabemos que, de
certa forma, tal linha de raciocínio foi de grande importância para o
desenvolvimento em geral uma vez que sempre buscou a utilidade para o que se
conhecia, no entanto, devemos nos perguntar se essa filosofia continua viável e
se sim, até quando e qual seriam seus prejuízos uma vez que se por um lado
tivemos grandes avanços nas ciências, tivemos também grande negligência quanto
a sociedade e acabamos criando uma individualidade tão exacerbada que por vezes
pode ser mostrar irreversível.
Na busca pelo “meu”
e por utilidades para tudo e todos, nosso egoísmo e nossa indiferença alcançaram
níveis inimagináveis e o ser humano se tornou algo descartável.
Talvez seja a hora de mudar o que nos foi imposto,
talvez seja a hora de mudar a sociedade, talvez seja hora de mudar nós mesmos,
talvez, talvez, talvez... O fato é que enquanto tais idéias não passarem de idéias, o atual sistema cada vez mais se firma em seus moldes e o povo acaba por se
acomodar e a mudança,especialmente na dimensão que se torna necessária, acaba
por ser considerada impossível.
Então talvez devêssemos
vestir a camisa positivista que nos é dada ao nascermos e procurar uma
utilidade para nossas idéias, de modo a colocá-las em prática, para que então
possamos fazer algo pelo simples prazer de fazê-lo e não pelo fim que essa ação
possa ter.
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