A idealização de um mundo massacrado por objetos
tecnológicos que facilitam a vida dos indivíduos vem crescendo de modo
avassalador. Com isso, as relações interpessoais se degradam por motivos
essencialmente abstratos, nas quais um certo número de “amigos” em uma
determinada rede social se faz mais importante do que a existência concreta de
amigos na realidade.
É contraditório pensar no verdadeiro significado do nome que
Augusto Comte deu ao seu “curso”: Curso
de Filosofia Positiva. Era claro o objetivo dele em demonstrar que o
Positivismo era uma maneira de amadurecer, em todos os aspectos, o espírito
humano, seja racionalmente ou através da relação e interposição de várias
ciências num mesmo plano. Porém, com a análise profunda sobre a atualidade,
nota-se que as desigualdades sociais e as disparidades econômicas surgiram em
conseqüência de vários fatores, entre eles a possibilidade da existência de
dominantes e dominados. Essa possibilidade se concretizou com o aparecimento
dos moldes capitalistas, determinando sobre a sociedade uma segregação.
Assim, aprofundando-se nos conceitos gramaticais, é possível
a inserção da interpretação de que a palavra “Positiva”, no título do texto, é
um adjetivo e pode estar acrescentando um juízo de valor sobre a o próprio
curso de Comte. Logo, mister se faz uma crítica, relevando-se o fato de que ele
não é totalmente positivo, mas também possui características negativas para o
desenvolvimento e a coexistência social, elementos importantes para a
organização das pessoas e da sociedade em si.
Outrossim, pode-se adicionar que a idealização de Comte de
formar uma sociedade baseada na ordem e no progresso, é onipresente ainda nos
dias atuais. A primeira pode ser exemplificada pela presença da polícia e do
Estado, já que ambos objetivam a organização social, sem que haja uma
conspiração popular. A segunda é facilmente observável pela indústria, que
utiliza-se cada vez mais do desenvolvimento científico e tecnológico para o
futuro progresso, seja ele individual (preferido pelos indivíduos atualmente)
ou geral.
Portanto, é impossível, agora, fugir das ciências. Estas
estão presentes nas escolas, nas provas de vestibulares, nos produtos
farmacêuticos, nas ruas, no cotidiano de cada um. Elas, inegavelmente, se
entrelaçam e possibilitam um campo vasto de pesquisas e descobertas, como
previsto e demonstrado por Comte. O que resta a todos, é simplesmente a
aceitação das possíveis teorias científicas e das camadas futuras que elas
estão prestes a moldar.
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