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domingo, 6 de novembro de 2011

O sagrado e a (im)parcialidade

Há séculos a religião está presente nas sociedades, sendo quem dita um modo de vida e de conduta a serem seguidos pela maioria das pessoas.Mas o fato é que muitas vezes a religião se mistura com as regras de conduta, com o direito, como pode ser verificado - sobretudo - na Idade Média, época em que o poder eclesiástico se tornou assaz forte, tendo os poderosos da Igreja a mesma força e influência dos poderosos políticos - Papa e Rei absolutista, respectivamente.Em se tratando do Brasil antigo, tal mistura pode ser verificada no Brasil Imperial, quando havia ainda o beneplácido e a forte influência da Igreja na vida social, econômica e política do país.

O Direito, por ser uma ciência humana, está apta a sofrer influência dos mais diversos fatores e dessa forma ele se transforma periodicamente, se adaptando aos novos tempos e anseios sociais.Ainda hoje as normas recebem influência de vários fatores como o midiático, o internacional, o elitista e até do sagrado.Em se tratando de um país extremamente religioso como é o Brasil, é óbvio que a religião tem forte influência jurídica, seja na criação de normas ou até em julgamentos em tribunais, até porque quem lida com os âmbitos do Direito são pessoas normais e essas tem sua vida pessoal, sua religião e suas crenças.

Contudo analisando as várias formas de governança política de países mundo afora atualmente, vemos que ainda existem casos em que o religioso predomina em relação ao político, como é o caso de alguns países orientais.Nesses países muitas vezes o sagrado supera o político e regras e condutas ''humanas'' são deixadas de lado, acarretando fatos que para nós - do ocidente- parecem inaceitáveis - como a pena por apedrejamento, por exemplo - mas que na cultura deles são normais e aceitáveis.Logo vemos que de fato o Direito é algo relativo, e depende muito dos vários fatores a que está ligado.

Dessa forma concluímos que hoje ainda existem influências extremamente fortes no Direito, sobretudo a sagrada dependendo do país analisado.Muito difícil é atingir a conduta imparcial tão almejada pelos operadores das normas, porquanto - como já dito- os operadores do Direito têm suas próprias convicções e crenças, sendo muito difícil deixá-las de lado, mesmo que isso seja necessário.


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