A partir da leitura de O Capital de Karl Marx, pode-se entender modificações nas relações sociais e no âmbito da família que foram introduzidas na sociedade a partir do advento da produção industrializada. Nesse aspecto, há de se destacar a priori a participação de toda a família no processo produtivo, ou seja, mulheres, crianças e adolescentes passaram a compor a força de trabalho, o que resultou no aumento da mortalidade infantil e deterioração da qualidade vida. As mães exploradas deixavam de cuidar dos seus filhos, não lhes dando alimentação adequada ou suficiente e em certas circunstâncias até mesmo utilizavam narcóticos para aquietar as crianças. Em função da extensão do trabalho, crianças e adolescentes tinham, ainda, o desenvolvimento físico e mental comprometido; tanto que com a situação periclitante o Parlamento inglês foi obrigado a reconhecer uma lei fabril em 1884 que obrigava o capitalista a oferecer instrução elementar a todos os menores de 14 anos que trabalhassem.
O sistema capitalista de produção teve ainda como característica o reinar de duas classes antípodas: a dos burgueses, que possuíam os meios de produção; e a dos proletários, cuja única propriedade era a força de trabalho. Tomando como base a etimologia da palavra proletariado, é visível o caráter familiar da exploração deste; “proletário” vem do latim proles, que significa “descendência”, “filho”, “progênie”; tal definição demonstra a importância do maior número de elementos que pudessem ser aplicados como mão- de-obra à época da introdução da máquina na produção.
A situação social determinada pela industrialização ou pela mecanização do processo produtivo é evidenciada no livro O Cortiço; a urbanização levou a marginalização do homem, que com uma vida mais precária passou a habitar ambientes afastados. A mecanização da indústria foi tão impactante na vida do proletariado que o transformou em um ser também mecanizado que age friamente em relação à própria família e à sociedade, no filme Tempos Modernos de Charles Chaplin, é retratada a racionalização da produção e sua influência na vida do operário, que após passar tanto tempo em função do trabalho, acaba confundindo o meio social com o meio que deriva sua subsitência. Há,ainda, outras literaturas que expressam as relações sociais típicas do sistema capitalista como O germinal,este denuncia a associação do proletariado através de greves. A revolta de tal classe com a exploração exacerbada promoveu a união destes e , sobretudo, formou forças contra o sistema, como a que representa os sindicatos.
Não obstante, como o texto supracitou a ocupação de toda a família na atividade fabril fez com que trabalhos domésticos fossem secundarizados, e atividades como a costura, a higiene do lar, a alimentação que eram realizadas por mulheres e crianças começaram a ser extraídas da produção industrial,é o exemplo de alimentos em conserva e roupas. Esse fato somente ampliou a dependência entre homem e a mercadoria fabril e propiciou o amplo consumismo, do qual a sociedade capitalista alimenta-se expressivamente.
Atualmente, a cada dia a grande indústria produz um mundo tão encantador de novidades que a exploração do homem tranformou-se em algo sutil, cada vez trabalha-se mais sem que os indivíduos percebam, essa idéia foi abordada em matéria da revista Carta Capital na edição 646. A introdução de notebooks, celulares com internet ao material de trabalho de funcionários permite estender a jornada destes, é o caso por exemplo do empresário que fora do escritório lê seus e-mails e os responde enquanto cuida dos filhos em casa, essa configuração moderna mitiga o afeto, o contato entre entes de instituições como a família e cria uma problemática de dimensões colossais, a qual é representada diariamente nos noticiários com as matérias de desrespeito à vida humana, à integridade e aos princípios desta.
Grupo 3) Família\ Relações Sociais
Membros:
- Amanda Rufino Leite;
- Danielle Tavares;
- Gustavo Batista;
- Jaqueliny Moraes Larangeiras de Lima Guimarães;
- Natalia Bueno Bárbara;
1º Ano de Direito noturno 2011.
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