O livro “Re-trabalhando as classes no diálogo norte-sul: trabalho e desigualdades no capitalismo pós-covid” dos professores Elísio Estanque, Agnaldo de Sousa Barbosa e Fabrício Maciel aborda a questão trabalhista e as diferenças sociais entre o norte e o sul global geográfico existentes no século XXI - mais especificamente considerando os efeitos causados pela pandemia do COVID-19 – sob um aspecto marxista não dogmático, visto que, de acordo com o professor Agnaldo, a utilização dessa corrente de maneira dogmática não é suficiente, tendo em mente os novos desafios contemporâneos.
Nesse
aspecto, surge uma discussão quanto ao presente e o futuro do trabalho, considerando
o que ocorre nos dias de hoje e o que se revela tendência em um momento
posterior, tendo sempre em mente a influência social que é exercida nessa
questão.
Primeiramente,
no presente, visualizamos um cenário de precarização do trabalho devido à força
do capital, que torna predatória a relação entre empregador e empregado.
Contudo, mesmo diante desse cenário negativo, o Direito assume um caráter de
enfrentamento a tal fato, uma vez que é responsável por um sentido de reivindicações
legítimas que garantam a dignidade da pessoa humana, podendo, desse modo, tornar-se
uma ferramenta legal ao atual contexto de sucateamento das relações
empregatícias.
Dentro do cenário brasileiro do século XXI, há
inúmeras medidas que visam desvalorizar o empregado, como, por exemplo, a
pejotização, a uberização, a negação de direitos trabalhistas básicos e várias
outras medidas revelam que são inúmeras as ferramentas utilizadas para que haja
a precarização do trabalho, de modo que, nesse sentido, torna-se evidente a
essencialidade que existe no Direito para a reivindicação de direitos e no
combate a práticas exploratórias
Em
segundo lugar, pensando no futuro, é possível fazer inúmeras suposições quanto às
relações de trabalho devido à implementação de tecnologias avançadas e pela
automação de inúmeros trabalhos, porém, independente do que o futuro reserve, é
possível fazer afirmações do que é provável que ocorra. Na palestra do lançamento
do livro, os autores deixaram claro que o entendimento de nossa condição atua
como um dos atores sociais na transformação da sociedade.
Desse
modo, as ações desses atores nas questões que dizem respeito ao coletivo serão
as responsáveis pela situação de trabalho que existirá no futuro. Contudo, apesar
desse caráter de necessidade da atuação da população, o professor Agnaldo
pontua: “A Revolução não está na agenda do século XXI”. Ou seja, apesar da
necessidade da atuação das pessoas no futuro, torna-se improvável que haja um
evento capaz de mudar drasticamente as relações laborais.
Infere-se,
portanto, que o trabalho de hoje e do futuro dependerá, drasticamente, da
atuação social na questão, utilizando-se dos mais diversos recursos para
garantir condições dignas de trabalho, sendo, desse modo, o Direito uma das
principais ferramentas para que o trabalho consiga se manter digno no presente e
no amanhã.
Augusto Ferreira Viaro - 1 º Ano Matutino / RA: 241224268
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