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terça-feira, 28 de maio de 2024

O Presente e o Futuro do Trabalho: sociedade e trabalho

           O livro “Re-trabalhando as classes no diálogo norte-sul: trabalho e desigualdades no capitalismo pós-covid” dos professores Elísio Estanque, Agnaldo de Sousa Barbosa e Fabrício Maciel aborda a questão trabalhista e as diferenças sociais entre o norte e o sul global geográfico existentes no século XXI - mais especificamente considerando os efeitos causados pela pandemia do COVID-19 – sob um aspecto marxista não dogmático, visto que, de acordo com o professor Agnaldo, a utilização dessa corrente de maneira dogmática não é suficiente, tendo em mente os novos desafios contemporâneos.

Nesse aspecto, surge uma discussão quanto ao presente e o futuro do trabalho, considerando o que ocorre nos dias de hoje e o que se revela tendência em um momento posterior, tendo sempre em mente a influência social que é exercida nessa questão.

Primeiramente, no presente, visualizamos um cenário de precarização do trabalho devido à força do capital, que torna predatória a relação entre empregador e empregado. Contudo, mesmo diante desse cenário negativo, o Direito assume um caráter de enfrentamento a tal fato, uma vez que é responsável por um sentido de reivindicações legítimas que garantam a dignidade da pessoa humana, podendo, desse modo, tornar-se uma ferramenta legal ao atual contexto de sucateamento das relações empregatícias.

 Dentro do cenário brasileiro do século XXI, há inúmeras medidas que visam desvalorizar o empregado, como, por exemplo, a pejotização, a uberização, a negação de direitos trabalhistas básicos e várias outras medidas revelam que são inúmeras as ferramentas utilizadas para que haja a precarização do trabalho, de modo que, nesse sentido, torna-se evidente a essencialidade que existe no Direito para a reivindicação de direitos e no combate a práticas exploratórias

Em segundo lugar, pensando no futuro, é possível fazer inúmeras suposições quanto às relações de trabalho devido à implementação de tecnologias avançadas e pela automação de inúmeros trabalhos, porém, independente do que o futuro reserve, é possível fazer afirmações do que é provável que ocorra. Na palestra do lançamento do livro, os autores deixaram claro que o entendimento de nossa condição atua como um dos atores sociais na transformação da sociedade.

Desse modo, as ações desses atores nas questões que dizem respeito ao coletivo serão as responsáveis pela situação de trabalho que existirá no futuro. Contudo, apesar desse caráter de necessidade da atuação da população, o professor Agnaldo pontua: “A Revolução não está na agenda do século XXI”. Ou seja, apesar da necessidade da atuação das pessoas no futuro, torna-se improvável que haja um evento capaz de mudar drasticamente as relações laborais.

Infere-se, portanto, que o trabalho de hoje e do futuro dependerá, drasticamente, da atuação social na questão, utilizando-se dos mais diversos recursos para garantir condições dignas de trabalho, sendo, desse modo, o Direito uma das principais ferramentas para que o trabalho consiga se manter digno no presente e no amanhã.


Augusto Ferreira Viaro - 1 º Ano Matutino / RA: 241224268

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