O trabalho é uma peça fundamental na engrenagem da sociedade moderna, não apenas como fonte de renda, mas também como um elemento central na construção da identidade individual e coletiva. Nesse sentido, o trabalho é uma expressão da essência humana, uma manifestação da capacidade de criar e transformar o mundo ao nosso redor. É uma fonte de dignidade e orgulho, e um lembrete constante do poder que cada indivíduo possui para moldar o seu próprio destino e contribuir para o bem comum. No entanto, como discutido na palestra de lançamento do livro, “Re-trabalhando as classes no diálogo Norte-Sul: Trabalho e desigualdades no capitalismo pós-covid”, o sistema econômico capitalista exerce uma influência profunda no presente e no futuro do trabalho, moldando não apenas as condições de emprego, mas também as perspectivas de carreira e os desafios enfrentados pelos trabalhadores em todo o mundo.
Em análise primordial, a crise revelou de forma
contundente as disparidades socioeconômicas existentes, com os mais vulneráveis
suportando o peso mais pesado da pandemia. Trabalhadores de baixa renda, muitas
vezes empregados em setores essenciais e precários, enfrentaram riscos
significativos à saúde e dificuldades financeiras. Além disso, enquanto
alguns trabalhadores puderam transitar para o trabalho remoto, desfrutando de
maior flexibilidade e segurança, outros não tiveram essa opção. A desigualdade
digital se tornou mais evidente, com trabalhadores de baixa renda e áreas
rurais enfrentando dificuldades de acesso à internet e tecnologia adequada,
deixando-os em desvantagem no mercado de trabalho.
Por
conseguinte, a crise econômica resultante da pandemia levou a uma onda de
demissões, cortes salariais e fechamentos de empresas. Os trabalhadores de
setores essenciais, como saúde, transporte e serviços de limpeza, muitas vezes
foram os mais expostos ao vírus e os mais mal remunerados, exacerbando as
disparidades de renda e segurança no emprego. Sob esse viés, houve um aumento
significativo da informalidade no mercado de trabalho
brasileiro, onde uma parcela significativa da força de trabalho passou a operar
fora do âmbito formal e regulado, contribuindo assim, para um desemprego
crônico, caracterizado pela baixa remuneração juntamente com a falta de
proteções trabalhistas no sistema liberal. Dessa forma, sem a segurança
proporcionada por contratos formais e regulamentações rígidas, os trabalhadores
informais e terceirizados ficam à mercê das flutuações do mercado e das práticas
dos empregadores, criando assim, um ambiente de insegurança e incerteza, onde a
busca por emprego e estabilidade se torna uma luta constante.
Depreende-se,
portanto, que o impacto do sistema liberal no trabalho no
Brasil é multifacetado, envolvendo a desvalorização da força de trabalho, a
proliferação da terceirização e o aumento da informalidade. Todavia, há uma
incerteza no futuro do trabalho, visto que, o Direito pode caracterizar-se como
fonte essencial para as hostilidades do trabalho no futuro. Desse modo, à medida
que o mundo do trabalho continua a evoluir, é crucial que o direito acompanhe
essas mudanças, oferecendo proteções robustas e promovendo a equidade e a
inclusão.
Vitória Maria Brigante Nordi, 1° ano
Direito - Matutino, RA: 241223989
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