Nos últimos anos, a precarização do trabalho tem se intensificado devido à globalização, à automação e às mudanças nas relações de emprego. A proliferação de empregos temporários, informais e sem garantias de direitos básicos tem gerado insegurança e vulnerabilidade para muitos trabalhadores, e por esse motivo o termo “uberização” do trabalho tem se popularizado.
Deste modo, a crítica de Karl Marx ao trabalho alienado se torna relevante e possível de se relacionar à temática, uma vez que Marx argumentava que no capitalismo o trabalhador se torna uma mercadoria, alienado do produto de seu trabalho, do processo de produção, de sua essência como ser humano e dos outros trabalhadores.
Sob essa ótica, pode-se mencionar o livro de Paul Lafargue, “O Direito à Preguiça” que faz uma crítica à cultura de romantização do trabalhador explorado e apontando a importância do tempo de ócio criativo. Além disso, argumenta contra a moral capitalista que estabelece tais relações de trabalho como uma virtude gloriosa, defendendo que a modernização tecnológica deveria melhorar as condições de trabalho e não intensificar a expropriação.
Por fim, nota-se que a proposta de Lafargue de valorizar o ócio e reduzir o tempo de trabalho dialoga com as atuais discussões sobre qualidade de vida e sustentabilidade no trabalho. Visto que vive-se em um mundo onde a tecnologia permite maior produtividade, a insistência em longas jornadas de trabalho é desumana.
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