Conforme a reforma trabalhista ocorrida no
Brasil em 2017, o país (e o mundo como um todo) sofre um fenômeno conhecido
como precarização crescente das relações de trabalho, que gera uma imensa
instabilidade. Isso pode ser expresso através do processo de uberização e
outros processos que impactam em um trabalho desigual e que não assegura grande parte de
seus trabalhadores. Nesse sentido, é válido avaliar como essas mudanças
influenciam o mundo trabalhista no presente e quais consequências podem gerar
no futuro.
Primeiramente, é necessário analisar o
desemprego crônico dentro da sociedade brasileira. Visto que, praticamente 50%
da população ativa encontra-se na informalidade e no desemprego, dado abordado
na palestra de lançamento do livro "Re-trabalhando as classes no diálogo
Norte- Sul: trabalho e desigualdades no capitalismo pós-covid", metade da
população não tem segurança no que tange direitos e garantias por parte das
leis trabalhistas. Correlacionando esse contexto com o de outros países, também
é observado uma crescente terceirização, que acarreta em vulnerabilidade dos
trabalhadores. Vamos considerar a seguinte abordagem da UOL sobre esse tipo de
emprego: "No caso de alguns países da Ásia, não são raros os episódios de
abuso, nos quais fábricas operam em condições insalubres, fazendo uso de
trabalho escravo ou mão de obra infantil.", nela fica evidente a atual
situação das relações de trabalho.
Contudo, é hora de considerar também o futuro
do nosso objeto de estudo. Como dito pelos professores na palestra, “a
revolução não está na nossa agenda”, tal enunciado ilustra que o ideal
capitalista permeia a vida de toda a sociedade de forma que é tratado como a
única forma viável de economia e modo de vida. Segundo a ideologia de Marx,
todas as relações são determinadas de acordo com as relações de trabalho e isso
trouxe para a sociedade um mundo de barbarização das relações e que o objetivo
é apenas pensar em produzir mais, independente do contexto. Ademais, é notável uma
crise nos planos organizativos da classe, baseado em uma manutenção daquilo que
segundo os neoliberais “tem dado certo”, sendo totalmente contraditório, uma
vez que o próprio neoliberalismo foi uma resposta à crise do liberalismo.
Portanto, é evidente que mudanças que instaram uma trabalho cada vez mais precarizado prejudicam a manutenção de uma sociedade em que seus componentes obtém segurança, além de um trabalho que não os explorem mais ainda. Um mundo ideal seria aquele que a revolução estivesse sim nos planos e os trabalhadores sentissem o desejo de lutar por aquilo que realmente os representa, mas esse mundo ainda não é visto no cenário atual.
Francielle Arruda Tinti 1º Direito (matutino) RA: 241224357
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