As
transformações sociais advindas da Revolução industrial implicaram na
hipervalorização e naturalização do trabalho que se mostram cada vez mais
intensas na sociedade moderna. A glorificação do empreendedorismo e a busca
incessante pelo sucesso profissional ilustram essa realidade, de modo que os
indivíduos estão cada vez mais preocupados com a vida profissional do que a
pessoal. Isso está relacionado a filosofia positivista de Auguste Comte que
disserta que as duas condições fundamentais da civilização moderna são o
progresso e a ordem.
Sob
esse viés, a valorização do trabalho está associada a visão do positivismo de
que a atividade laboral é fundamental para o progresso e o desenvolvimento da
sociedade. Nessa perspectiva, o trabalho não é apenas uma necessidade
econômica, mas também uma fonte de realização pessoal e contribuição para o bem
geral, resultando em um avanço social. Além disso, o positivismo naturaliza o
trabalho ao integrá-lo à ordem social e à vida moderna. Assim, trabalho é visto
como parte essencial da condição humana, uma atividade que define o papel das
pessoas na sociedade.
No
entanto, essa naturalização do trabalho resulta em impactos negativos na vida
das pessoas. O positivismo, ao valorizar o progresso, muitas vezes pode negligenciar
aspectos importantes do ser humano, como a saúde mental, o equilíbrio entre
vida profissional e pessoal e a dignidade do trabalho, vista ultimamente com a
precarização das relações trabalhistas, marcada pela uberização e terceirização
do trabalho.
Portanto,
embora o positivismo forneça um pensamento que busca entender a sociedade por
meio da ciência e objetividade, é necessário refletir sobre os impactos que tal
vertente apresenta nas relações de trabalho. Dessa forma, é essencial alcançar
um equilíbrio entre o progresso defendido pela filosofia citada e o bem-estar
dos indivíduos, considerando a importância do trabalho e de uma condição digna
da sociedade.
Laura
Prado de Souza 1º ano de Direito
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