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segunda-feira, 25 de março de 2024

Cotas raciais versus meritocracia

    O primeiro registro do conceito de meritocracia aparece na Grécia Antiga onde, etimologicamente, a união da palavra vinda do latim meritum, ao sufixo grego cracía, que quer dizer “poder”, constitua o sentido de “o poder do mérito”. Atualmente, de acordo com o "DICIO: dicionário online da língua portuguesa", meritocracia representa o "predomínio das pessoas que são mais competentes, eficientes, trabalhadoras ou superiores intelectualmente", conceito o qual é altamente aceito, defendido e divulgado entre a elite brasileira. Entretanto, no Brasil, país em desenvolvimento em que a desigualdade é eminente, ao questionar-se sobre a eficiência do mérito e se, por si só, este garante a equidade entre e para os brasileiros, pode-se chegar a conclusão que o tal é falho e insuficiente em garantir a mobilidade social. Portanto, outros mecanismos são necessários para proteger o povo, e por isso, as cotas raciais para ingresso no ensino superior é de extrema importância.
    Em uma primeira análise, é possível perceber uma correlação entre raça e o nível de educação de um indivíduo, em que os negros, pardos e indígenas são a parcela da população com a menor escolaridade no Brasil, devido a segregação social e o racismo estrutural. Muitas pessoas dessas minorias nunca receberam ou receberão oportunidades de ensino, e consequentemente, de empregos de qualidade, sendo presas no ciclo vicioso de trabalho degradante. Ou seja, independente do esforço, capacidade e competência de uma pessoa, seu sucesso vitalício muitas vezes já é definido pela cor de sua pele, tornando a ideia de meritocracia não verídica.  
    Dessa maneira, a aprovação da Lei de Cotas em 2012 no Brasil representou um marco importante na luta contra a desigualdade racial, reservando 50% das vagas nas universidades e institutos federais para pessoas PPI (preto, pardo e indígena) que cursaram o ensino médio público. Assim, as pessoas que são excluídas do tecido social desde o começo da colonização portuguesa no Brasil, recebem uma mínima possibilidade de crescer na vida e criar condições melhores para as próximas gerações. 
    

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