Apenas
15 letras estampadas.
Comte propôs em seus estudos o Estado
Positivo. Ele acreditava que o homem,
após passar pelos estágios teológico e metafísico, poderia alcançar um estágio
no qual o espírito humano estivesse maduro o bastante para seguir uma ordem
racional garantida pela observação da sociedade. Deixando de lado o modelo antigo de fazer
filosofia, Comte tentou explicar que o mesmo não levava o indivíduo a questões
concretas e apenas divagava em abstrações estéreis.
Se seguíssemos
a ordem de Comte, todos os homens agiriam de forma solidária, fazendo sua parte
na sociedade e aceitando sua posição na mesma. Assim como as formigas, cada um
teria uma função e, se por ventura alguém tentasse quebrar essa ordem, o
colapso se estabeleceria. Todas as camadas sociais receberiam educação e uma
divisão intelectual seria feita visando o encadeamento das diversas ciências
positivas.
O
Brasil, tentando seguir esse modelo de Comte, tentou estabelecer na Ditadura
Militar a “Ordem” e o “Progresso”. A “Ordem”,
definida pela “estática” são as instituições como a família e a escola que
mantém o equilíbrio da sociedade, e o “Progresso”, definido como “dinâmica” é a
evolução do conhecimento, o desenvolvimento. Infelizmente, essa tentativa foi
tão estéril quanto a antiga filosofia e hoje o que sobrou dessa teoria de Comte
foram apenas essas 15 letras estampadas na nossa bandeira Nacional.
É
triste afirmar que o que sobrou do positivismo de Comte foi distorcido em
mentes preconceituosas e transformado em conservadorismo negativo em bocas de
pessoas como Feliciano, Malafaia e muitos outros homofóbicos que acreditam que
o casamento gay é responsável pela quebra da “ordem” social . Além disso, o
que até as formigas conseguem fazer, o homem está longe de conseguir, por isso,
continua insistindo nos pensamentos primitivos e nos debates “gregos” que não
chegarão a lugar nenhum.
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