Karl Marx e Friedrich Engels foram grandes teóricos da filosofia e da sociologia entre os séculos XVIII e XIX, ambos foram responsáveis por elucidar teses que buscavam explicar o contexto econômico e social das sociedades burguesas da época. Para eles, a realidade social é um cenário constante de transformações, na qual as relações sociais são guiadas por meio das relações de produção. As teorias de Marx e Engels surgem com a necessidade de se substituir o antigo socialismo da filosofia alemã, denominado “socialismo utópico”, pois na visão deste, o proletariado não possuía autonomia suficiente para entender sua própria realidade sem que estudiosos criassem antes teorias sociológicas nas quais os fenômenos sociais fossem explicados por meio da razão.
Marx e Engels entendem a necessidade de colocar o proletariado como agente dos fenômenos sociais, para eles, são as condições históricas que devem ser o centro das teorias, em outras palavras, é a prática e a realidade que devem ser as bases das teorias filosóficas, porque só assim é possível entender de verdade os fenômenos presentes em uma sociedade. Por esse motivo que ambos criticam o Idealismo Hegeliano, pois para Hegel a explicação do mundo não está na ordem dos fatos em si mas sim nas ideias.
Além disso, Marx por meio de todas as suas teorias e livros propõe que apesar de os homens terem determinadas escolhas de vida, essas são definidas direta ou indiretamente pela sociedade em que vivem, já que tudo dentro de uma sociedade burguesa está intrinsecamente ligado à ideologia dominante, assim até mesmo a religião, a ciência e a arte vinculam-se a aspectos burgueses. Sob esse viés, podemos observar que Richard Sennett em seu livro “A corrosão do caráter” trás esses conceitos todos para uma realidade mais atual e demonstra a influência da ideologia burguesa, que se modifica cada vez mais rápido em busca de maior acúmulo de capital, na vida das pessoas. Sennett observa as diferentes influências desses aspectos burgueses na vida de Enrico e Rico, pai e filho de diferentes gerações, que lidam com as transformações sociais dentro de uma sociedade na qual o capital é sempre o foco, ambos enfrentando seus próprios dilemas em distintas realidades econômicas.
Em resumo, podemos concluir que tanto Marx e Engels, tanto Sennett, conseguem promover uma visão mais ampla e realista dos fenômenos sociais dentro de sociedades regidas pela lógica capitalista do que Hegel, porque eles colocam o homem e os acontecimentos históricos no foco do estudo, construindo as teorias sociológicas a partir deles e não o contrário. Podemos observar também que os problemas observados por esses teóricos séculos atrás ainda são atuais e estão longe de ser resolvidos, porque cada vez mais o homem passa para o segundo plano da sociedade enquanto o capital assume um protagonismo cada vez maior. As relações entre os homens se tornam cada dia mais fragilizadas diante da incessante busca pela sobrevivência em uma sociedade tão precarizada. Direitos trabalhistas, que levaram séculos para serem efetivados, são retirados em uma aparentemente inofensiva reforma trabalhista em detrimento dos grandes empresários que buscam acumular o máximo possível de capital. O que parece é que devemos nos preparar para que cada vez mais direitos e conquistas sociais do proletariado sejam revogadas, porque no atual momento, a imensa maioria das pessoas na política, são pessoas que se preocupam apenas com seu próprio bem estar e enriquecimento, deixando o bem estar coletivo em um plano muito distante.
TEXTO 4 - MARXISMO
Sarah Kulchar Tvardovskas
1º Ano - Direito (Noturno)
RA: 231224257
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