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sábado, 25 de julho de 2020

Um Positivista Pela Metade


O positivismo em sua origem como fenômeno social tem como preceito a positivação do conhecimento, ou seja, submete-lo a testes e contra testes visando obter concepções sólidas para servirem como base ao progresso, assim evitando a desordem. Portanto, Auguste Comte sobre à influência de Rene Descartes e Francis Bacon buscou consolidar um pensamento social baseado nos preceitos da ciência moderna (pensamento empírico racional) visando assim o avanço social uma vez que a história da humanidade é alavancada por ideias humanas como defende o seu criador.
Porém, na contemporaneidade a verdade está constantemente em cheque, seja por mentiras, manipulações, entre outras formas de desinformação ou pela própria possibilidade de serem substituídos por verdades mais condicentes com a realidade. Está constante mudança seja ela real ou forjada resulta em uma contradição a solidez comtiana que resultava na ordem, uma vez que a ciência se demonstra um campo de “verdades” em constante ameaça de serem substituídas. Essa noção de refutabilidade é para Karl Popper o que distingue a ciência da “não ciência”, os prognósticos científicos são afirmações que correm o risco de serem provados falsos, já os “não científicos” costumam ser amplos de mais para serem provados falsos ou distorcem a realidade de forma a positivar seus pensamentos ao exemplo do ocorrido no livro “O Idiota Coletivo” de Olavo de Carvalho. Portanto o Positivismo encontra em constante ameaça a seu objetivo de estabilidade uma vez que a “verdade” não é uma garantia de ser algo correto.
Em decorrência da impossibilidade de a ciência ser a base de uma estrutura sólida, o positivismo na contemporaneidade configura-se através da positivação de pensamentos, noções e ideias por falsas verdades que assumem o poder de fatos. Em decorrência dessa configuração estes não são alvos da possibilidade de serem provados falsos uma vez que já o são, mas através de manipulações da realidade constituem-se se como verdades incontestáveis. Um exemplo dessa construção é novamente Olavo de Carvalho que através de suas noções e pensamentos deturpados positiva suas noções fantasiosas sobre o mundo como demonstrado no capitulo “Mentiras Gays” do já referido livro “O Idiota Coletivo” sendo um exemplo a utilização da “Lei de Godwin” utilizando-se da associação ao Nazismo para pregar a figura do Homossexual como opressor e não oprimido, descontextualizando que este fora assassinado por suas predileções políticas e sexuais, sendo a homossexualidade condenada e perseguida pelo Reich Alemão. Portanto Olavo é um positivista contemporâneo que não alça metade da conjuntura de Camte uma vez que se limita apenas a ordem, mas não se tem uma real positivação de suas ideias e argumentos, apenas mentiras sobrepostas ao que seria na concepção de Francis Bacon uma falsa interpretação da natureza que por sua vez é incapaz de levar ao progresso.


-Rafael Bashiyo Baz - 1º ano Direito - Diurno

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