Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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quinta-feira, 28 de junho de 2018
De acordo com a teoria do reconhecimento de Honneth, os avanços sociais se dão em decorrência de uma “desigualdade” ocorrida em um determinado convívio social. Quando um cidadão percebe-se em em desigualdade em relação aos demais, ele se sente lesado, e então, passa a pleitear uma condição de igualdade. A isso, dá-se o nome de lutas emancipatórias, e essas lutas emancipatórias cada vez mais se fortalecem e são respaldadas por outras lutas emancipatórias. De acordo com Honneth, existem três princípios de reconhecimento, o reconhecimento do amor, o reconhecimento do direito, e o reconhecimento da solidariedade. O primeiro, do amor, é o núcleo fundamental de toda a moralidade, sendo o pilar das relações sociais e da autoconfiança, de modo a desenvolver a autonomia e o auto respeito necessário para que se participe da vida pública. Já o princípio de reconhecimento do direito, que ocorre quando o cidadão é reconhecido como um ativo membro de sua sociedade. Esse direito deve ser geral, de modo a considerar todos os interesses de todos os membros de sua sociedade. Por fim, o terceiro princípio de reconhecimento é o da solidariedade, que implica em uma integração social entre os objetivos e valores daqueles que convivem em um determinado meio social, de modo a se criar uma autocompreensão da sociedade. Para Honneth O amor se torna relevante posto que instiga o auto-respeito e a auto-estima. O indivíduo em busca de reconhecimento social precisa primeiro reconhecer-se e respeitar sua própria subjetividade. Assim uma organização coletiva precisa de integrantes conscientes do seu próprio eu, que se vejam como humanos o bastante para usufruir de direitos, e, consequentemente, tenham força de lutar contra a opressão do sistema. Em 2011, o STF julgou a legitimidade da união estável entre pessoas do mesmo sexo de forma unânime. A conquista desse direito é fruto de uma luta social e da pressão exercida pelo movimento LGBT, que se deu através quando esse “grupo” social se entendeu no direito de ser reconhecido juridicamente. Assim, é claro que do reconhecimento jurídico, foi necessário que tivesse o reconhecimento do amor, que exerceu influência e pressão social para que se se reconhecesse como legítima a união homoafetiva. Portanto, esse reconhecimento, não apenas garante às minorias a posição de sujeitos de direito, mas também possibilita uma realização pessoal de um grupo social. Honneth nos apresenta justamente uma inovação da teoria e da metodologia do reconhecimento humano e individual das lutas sociais, evidenciando os sentidos e indicando o amor com o mais importante agente de modificações positivas na sociedade. Alex de Andrade Freitas - Diurno
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