O
pensamento positivista nasce de um contexto em que há a emergência de uma nova
sociedade Industrial. E aquele surge como reflexo da angústia dos indivíduos
até então trabalhadores das grandes indústrias. Com sua força sendo
incansavelmente vendida por miséria, o proletariado se encontrava em uma
situação precária quando surgiram hipóteses positivistas que pela primeira vez
criam um método de programa social, que interessa aos da classe mais oprimida,
o que traria uma evolução na força produtiva, pois assim os trabalhadores teriam
estímulo e também uma melhor condição de vida para atuar em suas obrigações.
Analisando
o contexto atual com lentes da antiga perspectiva, ainda se perduram ideias de
resgate social, como cotas, auxílios monetários para as famílias mais pobres e
bolsas de estudo cedidas pelo Governo Federal. Assunto polêmico em que muitos
se expressam criticando a ideia, dizendo que a meritocracia é o método mais
justo de se avaliar as posições sociais. E que deve-se, somente disso, tirar
toda a análise social. Em poucas palavras: Você passa fome porque você buscou
isso.
Partindo-se
inicialmente da ideia de que o governo “ajuda” a classe mais baixa: ajuda
mesmo? Nada menos que a obrigação de um Estado buscar o bem social dos cidadãos
que nele habitam. Ainda mais em um país com tanto rendimento monetário
lucrativo, e que nunca se sabe, nunca se entende onde se concentra. Em um país
onde juristas, políticos, senhores de grande referência recebem tanto, e uma
família de quatro pessoas recebem míseros cem reais para sua alimentação de um
programa chamado “Bolsa Família”.
Cotas.
Método lento de tentativa de reparação social. Sociedade tal ferida por séculos
de escravidão, segregação racial e de classes. Algo extremamente necessário na
comunidade brasileira, onde se têm a deixa de o Brasil ter sido o último país
do mundo a se libertar do ato de escravização de afrodescendentes. Músicas
atuais declaram a revolta de tal legado histórico que deixa suas cicatrizes
expostas ainda hoje. Alguns trechos do compositor Emicida retratam
minuciosamente, através de metáforas, a crise social ainda perdurada nas
periferias, onde grande parte dos indivíduos são negros. “Arranca meu dente no
alicate, mas não vou ser mascote de quem azeda marmita. Sou fogo no seu
chicote, enquanto a opção for morte pra manter a ideia viva. ” “Ai dar mó treta
quando disser que vi Deus, Ele era uma mulher preta. ” “Luta diária, fio da
navalha. Marcas? Várias. Senzalas, cesáreas, cicatrizes, estrias, varizes,
crises. ”
Conclui-se
logo que a tão defendida solidariedade não passa de mera obrigação do Estado de
desenvolver perspectivas que melhorem a vida social e pessoal de todos os seus
cidadãos e aos indivíduos de classe oprimida, é necessária a busca da revolta
com a perspectiva atual brasileira, entendendo que as migalhas espalhadas pelos
governantes é uma mera tentativa de alienar a comunidade, distribuindo o pão e
circo, através de um projeto de ideal maravilhoso com o procedimento precário.
Izadora Barboza Maia - 1º ano Direito - Noturno
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