A
sociedade vai além da mera associação entre indivíduos. Ela é mais. Ela impõe.
Ela é viva. Por isso, é necessária uma ciência que a observe, pesquise e saia
de um “gabinete” de “achismo”. É com essa proposta que Émile Durkheim
revolucionou o pensamento sociológico contemporâneo.
Diferentemente
de Comte, acreditava que o progresso e o capitalismo não eram as simples
respostas para tudo no mundo, indo contra ao que se pregava no neocolonialismo,
em que se dizia ser o “fardo do homem branco” no mundo levar um suposto
desenvolvimento às sociedades afro-asiáticas ditas primitivas. Na verdade, os
povos, dizia Durkheim, deveriam ser vistos sob uma ótica diferente, cada qual
com suas anomias, ou seja, aquilo que foge do convencional.
O
sociólogo também introduz um novo e chocante conceito: o fato social, que seria
“quase todos os fenômenos que se passam no interior da sociedade.” Maneiras de
agir, pensar e de sentir estariam fora das consciências individuais, pertencendo
ao próprio corpo social, que impõe as regras e pune quem não as respeita,
visando restabelecer a norma e evitar que uma anomia se concretize. Podemos
observar tal fenômeno na própria educação. As crianças, desde cedo, são levadas
a exercer modelos da sociedade e não a fazer o que bem entendem, no tempo em
que querem. Logo cedo já vão à escola e iniciam uma jornada vista como correta.
Sofrem, pelo resto de suas vidas, a constante pressão do meio social.
Durkheim
ultrapassou a barreira de análise existente até então e nos trouxe ideias ainda
muito atuais. O francês deve ser considerado quando analisamos a sociedade
contemporânea, ainda que haja um estranhamento em seu pensamento e esse cause
muitas dúvidas: como diminuímos o impacto do fato social em nossas vidas? É
possível ter um sentimento ou pensamento genuíno, sem interferência externa?
Questões como essas ainda rondam o entendimento durkheimiano.
Arthur Augusto Zangrandi
1º ano Direito noturno
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