Auguste
Comte (1798-1857),
fundador do positivismo, viveu na França em uma época marcada por revoluções,
como a Revolução Industrial, e pela insatisfação da população, já que o
capitalismo – consolidado – não atinge seus fins sociais. A corrente filosófica
criada pelo autor de “Curso de Filosofia Positiva” se espalha pela Europa e
está presente ainda hoje, por propor a compreensão da sociedade e, assim, a
possibilidade de controlá-la.
Observando a sociedade de maneira
realista, como uma ciência exata, o positivismo pensa as leis invariáveis,
sempre válidas – como a lei da gravidade; e reconhece a impossibilidade de
descoberta das razões mais profundas. São os estágios do conhecimento teológico
e metafísico, o primeiro por agentes sobrenaturais e o segundo por forças
abstratas, que buscam as causas íntimas, a origem e o fim dos fenômenos,
enquanto o terceiro estágio, o Estado positivo, busca as leis que os regem.
O estudo positivista é separado em
duas áreas: a estática e a dinâmica. A estática pode ser representada pelas
instituições – a família, a escola, os valores e as formas de comportamento, o
que mantem a sociedade unida; enquanto a dinâmica estuda o desenvolvimento humano.
Estas áreas se fundamentam, respectivamente, na ordem e no progresso.
Para Comte, estruturas como a
ética, a moral e o direito mantêm a ordem das sociedades, estabelecendo padrões
de normalidade e garantindo a o progresso da mesma. Como a evolução depende da
sociedade, cada um deve cumprir seu papel, negando a si mesmo pelo todo; a
solidariedade e a cooperação têm a finalidade de manter a ordem social.
Apesar do positivismo ter grande
importância para a época de Comte, esta corrente filosófica é bastante antiquada
aos dias atuais. Ignorar a essência dos problemas, corrigindo-os apenas de
maneira superficial, acaba por trazer um progresso aparente que, ao contrário
do que imaginava o filósofo, não é real. Foi o que ocorreu no “Pinheirinho”, em
São José dos Campos: em 2012, desocuparam a propriedade de Naji Nahas, ocupada
por cerca de 400 famílias, contruindo-se um grande condomínio, o que dá a
impressão de progresso; no entanto, as famílias que ali viviam, desalojadas,
tiveram de habitar outro espaço abandonado, pertencente a outro indivíduo, ou
seja, o problema não foi solucionado, não havendo, portanto, progresso.
Letícia Solia
1º ano de Direito - Diurno
Nenhum comentário:
Postar um comentário