Num contexto de consolidação do capitalismo através das revoluções
industriais, o filósofo francês Auguste Comte apresenta sua nova corrente filosófica
denominada “positivismo”, que surge como uma ciência para a compreensão do
caldo de insatisfação social de meados do século XIX. Defende-se as leis de
estática, baseada na ordem; e de dinâmica, baseada no progresso.
O pensamento positivista visa buscar a ordem, o equilíbrio, a coesão da
sociedade e, para isso, existem papéis sociais determinados que devem ser
respeitados. Coloca-se a hierarquização social como o meio para se manter a
ordem, onde existem indivíduos responsáveis pelo trabalho intelectual (mais
complexo) e aqueles responsáveis pelo trabalho manual, devendo ser destinada
remuneração compatível com cada função social. Entretanto, Comte condena a
desvalorização dos elementos mais baixos dessa hierarquia, e põe o Estado como
único racionalizador capaz de organizar a sociedade e manter o equilíbrio
social. Sendo a desigualdade consequente, dessa maneira, um desiquilíbrio na
sociedade.
Estabelecida a ordem, o progresso da sociedade se daria através do amadurecimento
das formas de explicação do mundo que necessariamente passa por três estágios
que o filósofo sintetiza em sua “lei dos três estados”: teológico, metafísico e
positivo. No estado teológico, o homem compreende o mundo através de divindades
e espíritos e busca a compreensão e a causa absoluta das coisas. No estado
metafísico, há a dissolução do teológico, o abstrato substitui o concreto, a
argumentação substitui a imaginação. O estado positivo corresponde a subordinação
da imaginação e da argumentação à observação, abandona a consideração das
causas dos fenômenos e busca entender as relações constantes entre eles, a
física social.
Diante disso, portanto, é possível identificar muito dos elementos do
positivismo na sociedade contemporânea, como a meritocracia e as políticas
públicas utilizadas para sanar os problemas sociais. Inserido num contexto industrial,
Comte crê no progresso do sistema capitalista (fundamentado na ordem garantida
pelo Estado) e nos benefícios gerados pela industrialização. Assim, a fórmula “a
Ordem por base, e o Progresso por fim” sintetiza bem o positivismo comtiano.
Lucas Camilo Lelis
1º ano - Direito Diurno - Aula 4
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