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sábado, 7 de março de 2020

As análises de Bacon que transcendem eras


O inglês Francis Bacon em seu livro Novum Organum faz uma crítica à sociedade moderna e a maneira como a mesma realizava ciência até aquele momento. A obra publicada no início do século XVII buscou demonstrar um método para estruturar o conhecimento de maneira racional. Assim, de acordo com as teses do autor, da mesma maneira que determinadas noções proporcionam um conhecimento verdadeiro, outras podem perpetuar o erro. Tais noções errôneas são denominadas por Bacon de ídolos.
Em primeiro lugar vale destacar que o Inglês cita a presença de quatro ídolos que ofuscam o conhecimento. O ídolo do teatro pressupõe a ideia de que alguns dogmas religiosos, filosofias ou até mesmo ideologias políticas podem reduzir a visão do indivíduo, isto é, a crença exclusiva em determinadas ideias podem comprometer o desenvolvimento da ciência.
Dessa maneira o ídolo do teatro parece atravessar séculos, pois por mais que o texto de Bacon tenha sido publicado somente no século XVII sua critica ao conhecimento duvidoso por meio de noções tendenciosas são extremamente atuais. Assim, após aproximadamente quatrocentos anos ainda nota-se na sociedade determinados grupos que tentam estruturar o conhecimento sem bases teóricas, guiados muitas vezes, pela paixão ou por convicções próprias, que fogem das matrizes acadêmicas.
Assim, no início da segunda década do século XXI é possível observar a ascensão de grupos terraplanistas, o crescente apoio ao movimento antivacina, líderes que buscam confundir a história e entre outros raciocínios que questionam a ciência, porém, muitas vezes, estão associados a visões dogmáticas e tendenciosas.   

Rafael Bronzatto – Direito Matutino   


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