O inglês
Francis Bacon em seu livro Novum Organum faz uma crítica à sociedade moderna e
a maneira como a mesma realizava ciência até aquele momento. A obra publicada
no início do século XVII buscou demonstrar um método para estruturar o
conhecimento de maneira racional. Assim, de acordo com as teses do autor, da
mesma maneira que determinadas noções proporcionam um conhecimento verdadeiro,
outras podem perpetuar o erro. Tais noções errôneas são denominadas por Bacon
de ídolos.
Em primeiro
lugar vale destacar que o Inglês cita a presença de quatro ídolos que ofuscam o
conhecimento. O ídolo do teatro pressupõe a ideia de que alguns dogmas
religiosos, filosofias ou até mesmo ideologias políticas podem reduzir a visão
do indivíduo, isto é, a crença exclusiva em determinadas ideias podem
comprometer o desenvolvimento da ciência.
Dessa maneira
o ídolo do teatro parece atravessar séculos, pois por mais que o texto de Bacon
tenha sido publicado somente no século XVII sua critica ao conhecimento
duvidoso por meio de noções tendenciosas são extremamente atuais. Assim, após
aproximadamente quatrocentos anos ainda nota-se na sociedade determinados
grupos que tentam estruturar o conhecimento sem bases teóricas, guiados muitas
vezes, pela paixão ou por convicções próprias, que fogem das matrizes
acadêmicas.
Assim, no
início da segunda década do século XXI é possível observar a ascensão de grupos
terraplanistas, o crescente apoio ao movimento antivacina, líderes que buscam
confundir a história e entre outros raciocínios que questionam a ciência,
porém, muitas vezes, estão associados a visões dogmáticas e tendenciosas.
Rafael Bronzatto – Direito Matutino
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