Teóricos
importantíssimos da ciência moderna, René Descartes e Francis Bacon publicaram
estudos que revolucionaram a realidade das sociedades da época e que até hoje
ditam bases de importantes instituições ou são ainda aplicáveis no estudo da
sociologia.
O método
cartesiano, por exemplo, é ainda parte essencial do projeto pedagógico de
escolas, principalmente nos cursos pré-vestibular. Esse método é aplicado por
professores e posto como ideal no estudo das matérias cobradas nas provas de
vestibular no país. Entretanto, características do modelo cartesiano de
aprendizado como a expressiva divisão e ausência de interconexão entre os
conteúdos e a revisão frequente dos pontos estudados podem não ser benéficas
para o efetivo aprendizado dos estudantes. O método cartesiano é, para muitos,
uma maneira fácil e prática de se absorver informações, mas, para outros, pode
parecer uma forma pouco proveitosa de se estudar, devido à ausência de
autonomia e experimentação na construção do conhecimento, elementos estes que
confeririam maior verossimilhança ao conteúdo e consequente maior absorção do
mesmo pelos alunos que necessitam de uma aplicabilidade da matéria para compreendê-la
de todo. Isso faz com que as escolas e cursos pré-vestibular sejam, de certa
forma, excludentes ao não variarem o método de ensino ou não disponibilizarem outras
opções de projetos pedagógicos, considerando a diversidade de modelos de
aprendizado entre os alunos.
A filosofia
baconiana, por sua vez, está presente na realidade principalmente quando
levamos em consideração a questão dos ídolos. Estes se expressam na influência
que a vida pregressa de alguém e suas experiências possuem acerca da visão de
mundo dessa pessoa, fazendo com que seus ideais, valores, opiniões e atitudes
dependam do que ela teve ao longo da vida como educação, religião, estruturação
familiar e vivência. As consequências disso são distorções da realidade de cada indivíduo, uma vez que os ídolos, por mais diversos que sejam, representam limites à interpretação da vida. Atuam como filtros ou "lentes" na análise social e dos acontecimentos, visto que ditam sob qual espectro o indivíduo age e influenciam diretamente sua leitura do universo
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