O
autodeclarado filósofo, Olavo de Carvalho, tornou-se expoente da ala
mais conservadora dos recentes movimentos de direita, no Brasil.
Fundamentando-se – majoritariamente – na filosofia positivista,
criada e idealizada por Auguste Comte, o astrólogo desenvolve, ao
longo de suas obras, máximas que permitem sumarizar as diversas
mobilizações sociais, que se instauraram dentro do campo
progressista. Partindo, portanto, do encargo de realizar uma defesa
(ponderação) acerca de seus posicionamentos, inicio uma análise
positiva do capítulo “Mentiras Gays”, presente no livro “O
Imbecil Coletivo”.
Ao
iniciar a elaboração de sua perspectiva, caracterizando as pautas
abordadas pela comunidade LGBTQ+ como “mitos lisonjeiros”, o
autor incide na classificação comtiana frente aos diversos estados
do espírito humano, em que os mitos representam a condição mais
primitiva da intelectualidade coletiva e, consequentemente, uma
condição anacrônica perante a realidade atual. Desse modo, Olavo
vincula a imagem de figuras autoritárias homoafetivas, como Ernst
Rohm e Mao Tsé-tung, à ideia de ruptura com o fenômeno da
perseguição e marginalização social realizada sobre a comunidade
LGBT, em virtude da presença de regimes repressivos comandados ou
auxiliados por homossexuais, inviabilizando a construção de uma
Regra Geral positiva acerca desse fenômeno e, por conseguinte, sua
veracidade.
Nesse
ínterim, visto a necessidade da perpetuação da espécie humana,
por meio da reprodução, a condição “natural” do indivíduo
estaria, instintivamente, atrelada à heterossexualidade. Isto posto,
a homoafetividade – de acordo com a óptica olaviano-positivista –
manifestaria um estado de anormalidade, em função da tendência
natural de homens e mulheres, sendo incoerente o tratamento dessa
classificação como um preconceito, uma vez que fundamentada na
ciência.
NOTA:
Gostaria de ressaltar que não coaduno com essa visão, muito menos a
considero válida. As ideias de Olavo são, por si só, incoerentes,
mal fundamentadas e inconsistentes. Esse curto texto é um mero
esforço para se tentar justificar seus posicionamentos.
Caio Laprano - Noturno (1º Ano)
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