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sábado, 20 de abril de 2019

     A corrente filosófica e sociológica do Positivismo foi de suma importância para a mentalidade ocidental do séc. XIX. Em um período de enormes avanços científicos e industriais, é de se esperar que tal progresso desenfreado ecoe mudanças drásticas à sociedade de diversas maneiras. O cerne da teoria positivista consiste na consideração do conhecimento científico, útil e pragmático como o único conhecimento verdadeiro e essencial, visando melhorar o bem-estar da condição humana através do progresso científico-industrial.
     Para Auguste Comte, o pai do Positivismo, o último (e mais avançado) estágio de uma sociedade seria a organização de um estado positivista permanentemente focado na dualidade do avanço -- a dinâmica do progresso em simbiose com a estática e a segurança da ordem. Uma das fundações primordiais para salvaguardar a ordem social consiste no núcleo familiar tradicional, este composto por um casal monogâmico e heterossexual.
     Em sua obra "O Imbecil Coletivo", o filósofo contemporâneo Olavo de Carvalho indulge o leitor a desconstruir as diferenças sociológicas perante a comparação direta entre a homosexualidade e a heterossexualidade. Segundo o filósofo Olavo de Carvalho, em seu livro O Imbecil Coletivo: "[...]a Hetero e homossexualidade não são igualmente opções. As relações entre sexos diferentes não são uma opção livre, mas uma necessidade natural para todas as espécies animais. ". Partindo desse princípio, vemos que há clara contradição entre as duas orientações: Enquanto a heterossexualidade se manifesta de maneira orgânica e necessária para a organização social, a homossexualidade, segundo Olavo, configura como mais nada do que um fetiche ou parafilia destituída de significância e importância social, especialmente quando comparada a heteroafetividade.
     Nos moldes positivistas e na crença de Olavo, tal destituição de sentido para o funcionamento da sociedade configura que a homoafetividade, por concepção, se encontra em uma posição desigual e abaixo da heterossexualidade. Olavo afirma que "[...]alguma relação heterossexual, ainda que em dose menor, continuará sempre necessária, e, neste sentido, mais valorosa para a humanidade do que a homossexual." Dessa maneira, a própria clamação por igualdade entre hetero e homossexuais se torna falaciosa: A homossexualidade, ultimamente, não é essencial à humanidade, e, para o positivismo, o essencial, necessário e pragmático sempre torna-se preferível e leva prioridade acima sobre aquilo que não é.

(PS: As visões reproduzidas neste texto não representam as idéias reais do autor, sendo esta dissertação apenas um exercício de parcialidade obrigatória sobre as crenças do tema mencionado acima.)

Rodrigo Riboldi Silva - 1° Ano - Direito Noturno

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