Em
uma sociedade formada por escravos do capital e pelos “homens de bem”, que são
condicionados à individualidade desde seus primórdios, é comum julgar que a
ordem é predisposição para o progresso, que libertar-se das amarras do tecido
social é uma bravata ao desenvolvimento nacional. Forma-se assim, onde são
estabelecidas tais concepções, uma rede dogmática que engessa desde o Estado
até a Família.
Ao
ligar a TV, comum tornou-se propagandas que visam preservar determinada classe
“no lugar ao qual ela pertence”, resignando tal segmento a continuar realizando
um trabalho braçal, com o Marketing da honra e da importância do que fazem,
justificando indiretamente a falha do Governo enquanto provedor de uma educação
de qualidade. Formas estas de manter as posições de mando e manutenção do
Status Quo, quando por exemplo o jovem da periferia não vê possibilidade de
ascensão. Práticas estas comuns em um país historicamente tão estratificado
como é o Brasil, que sempre buscou naturalizar as posições de mando nas mãos de
um grupo ínfimo.
“Pensar
fora da naturalidade gera desvios que podem abalar a prezada Ordem”, sendo
assim, assustou-se obviamente a sociedade quando da legalização do casamento
homoafetivo. União está que foge totalmente do que prega a tradição e cultura,
incrustrados de ideais retrógrados, muitas vezes ligados à religião, quanto ao
conceito de família.
Na
rede a qual estamos conectados ocorre uma banalização da violência, da opressão
e da perseguição cada vez maior de pessoas estereotipadas, que fogem, verbi gratia, de um padrão elitista de
vestuário. É desse conformismo com essas situações que vivem os programas
sensacionalistas, e estes, por sua vez, exibem às massas formadas pelos
“cidadãos de bem” as consequências as quais serão submetidos quem tenta
desertar dessa “Spiderweb” que é a Ordem. Daí, as imagens vendidas viram insumos
para frases genéricas e cotidianas como: “bandido bom é bandido morto”.
E
é nesse Paradigma Newtoniano que a sociedade fica estacada; a medida em que a
Ordem é preservada com desvios mínimos, o real Progresso fica literalmente
costurado ao lema da bandeira nacional.
Fabrício Eduardo Martins Soares, 1 ano Direito Noturno
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