Direito de Ravel
O bolero de Ravel, além de excelente música de elevador, tem toda uma peculiaridade na sua composição. É estruturado com apenas uma frase repetida várias e várias vezes. Mantém seu ritmo constante. É um exemplo perfeito de equilíbrio, harmonia e tempo. Ao escutá-lo, a mente transporta se a um estado de paz. Já a música vomitaram no trem, da antiga banda punk rock garotos podres representa num espaço de dois minutos a reunião de uma selvageria vocabular, acordes frenéticos e uma total expressão dos mais grotescos conflitos humanos. Com qual dos dois o direito se parece mais ?
Ao ficar face a face com uma questão contemporânea, como a discussão de aborto de fetos anencéfalos , por exemplo, observa se dois grandes grupos argumentativos - do bolero e dos podres.
O grupo do bolero, como a música, no âmbito jurídico, tende a eterna repetição dos valores tradicionais, fundamentações costumeiras e busca por verdades sólidas, absolutas. Já os punks, bem, os punks são os punks, a contracultura, o radical, a destruição das antigas estruturas, queda à toda forma de poder.
Mas e o direito? Bem, de fato, o direito não é música, muito menos um bolero de Ravel, quem dirá vomitaram no trem ? Mas o direito, assim como a música, é diverso, vários estilos. Do clássico, passando pelo jazz, o blues, o funk e até mesmo aquilo que a Xuxa canta. Nao existe um favoritismo unânime e, muito menos, uma superioridade. Realmente, um estilo pode ser mais técnico, outro mais emocional, mas é tudo barulho: tudo barulho organizado a fim de refletir uma ideia. O direito é exatamente igual. Um conjunto, conflituoso, entre gostos pessoais que, no fim, faz surgir um gênero novo. Como usar guitarra na mpb - o direito evolui, transforma se, produz e é produzido pela sociedade como um todo.
Lucas André Silva (Noturno) - 1º Direito
Nenhum comentário:
Postar um comentário