Nesse sentido, Marx e Engels, ao defenderem o materialismo dialético e criticarem a metafísica, consideravam, na vida real, na prática, no uso da ciência positiva, o pressuposto perfeito para o desenvolvimento de seus ideais. Para eles, o socialismo, de acordo com essa ótica, constituiria um estágio inevitável das transformações da sociedade; ele seria "uma verdade a ser revelada pela visão de alguns homens especiais". Todavia, no momento em que se dava, tal revolução ainda era vista como utópica, dado o panorama da época de avanço ascendente da burguesia industrial.
Quando comparados a alguns pensadores clássicos, entretanto, os dois apresentam, em seus pontos de vista, algumas discordâncias que serviriam como fundamento necessário para o estudo comparado do pensamento sociológico moderno. Em relação a Hegel, por exemplo, o principal embate se dá no instante em que Marx e Engels criticam o universal puro, ou seja, a generalização de determinados fatos, valorizando os ideais de maneira particular, distinta. Já em relação a Durkheim, o entrave existente tange a possibilidade de influência de acontecimentos passados e de suas determinações nos fatos atuais; enquanto Marx e Engels admitem essa possibilidade, Durkheim a condena.
Posto isso, pode-se dizer que o estudo de Marx e Engels sobrepunha a simples análise empírica dos fatos e considerava todo um método complexo para a concretização de seus conceitos. Via-se o ser humano como um ser contraditório, em constante transformação. A exploração da burguesia sobre a classe proletária - por meio de diversas formas, como a mais-valia - evidenciava essa necessidade de mudanças estruturais, mas que, por diversos fatores, deveria ocorrer gradativamente num futuro incerto.
Bruno Medinilla de Castilho - 1º ano - matutino
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